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Luciano Cartaxo no PT: crônica de uma morte anunciada – Por Ytalo Kubitschek

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O ano era 1982, quando o escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez publicou o célebre romance “Crônica de uma morte anunciada”, adaptado para o cinema em 1987, sob o estrelato do ator Anthony Delon, filho do lendário Alain Delon.

A obra conta a história ficional do assassinato premeditado de Santiago Nasar. Acusado por Angela Vicario de tê-la desonrado, o jovem Santiago Nasar é morto a facadas pelos irmãos dela. Toda a localidade fica sabendo com antecedência da vingança premeditada, mas nada salva Santiago do seu trágico destino, anunciado logo na primeira linha do romance.

Guardadas as devidas proporções, esse será o destino político do deputado estadual Luciano Cartaxo no Partido dos Trabalhadores. Segundo colocada nas intenções de voto para prefeito de João Pessoa, é sabotado em suas pretensões pelo presidente estadual do partido, Jackson Macedo, desde que se lançou sua pré-candidato a prefeito de João Pessoa, Luciano carrega uma bomba relógio até o dia 5 de abril, prazo final para filiação partidária para quem disputar o pleito municipal.

Três cenários se desenham diante do deputado:

– Permanecer no PT com seu grupo político e pagar para ver sua morte anunciada nas prévias partidárias.

– Deixar o PT e ser candidato a prefeito por outra legenda.

– Filiar o seu grupo político em outra legenda e permanecer no PT para não enfrentar um perigoso processo de infidelidade partidária.

Eis o trilema de Luciano Cartaxo. Que tem dentro da própria família dois players habilitados: a professora Maísa Cartaxo (sua esposa) e o executivo Lucélio Cartaxo (seu irmão). Ambos já disputaram eleições majoritárias. Eis que surge a possibilidade real de assegurar uma cadeira na Câmara Municipal de João Pessoa e, de repente, não mais que depende, mexer no xadrez eleitoral entrando ainda com um dos dois na disputa majoritária.

Para Luciano Cartaxo, menos mal que já tomou conhecimento que sua morte está anunciada no PT, porque assim dá tempo de escapar dela. Um final diferente de Santiago Nasar.

Por Ytalo Kubitschek

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