Operação Mandare: grupo investigado por indicações na prefeitura mantinha até ‘caixinha’ para membros

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O inquérito da Polícia Federal que apura o envolvimento de uma organização criminosa com atuação no tráfico de drogas com nomeações na prefeitura de João Pessoa continua em sigilo. Até mesmo os mandados de prisão, executados na última sexta-feira, prosseguem em segredo de justiça – algo não muito habitual, já que as prisões já foram cumpridas.

Mas o Blog conseguiu descobrir pelo menos um dos alvos de prisão: o preso da penitenciária PB1 Jossiênio Silva Santos.

Ele é apontado pelos investigadores como uma espécie de ‘conselheiro’ de facções criminosas que comandam comunidades na região metropolitana de João Pessoa. E teria, conforme a investigação, feito contato com pessoas ligadas ao serviço público, possivelmente para viabilizar indicações no poder público.

A PF descobriu que o grupo, chefiado também por Jossiênio, tinha uma atuação sofisticada. A facção manteria até uma espécie de ‘dízimo’, ou de ‘caixinha’, exigindo contribuição dos demais membros que estão fora de presídios.

Foi analisando essa movimentação financeira e dados de um aparelho celular apreendido que a PF chegou aos indícios de interferência do grupo no serviço público.

O trabalho investigativo resultou nas buscas da última sexta, nas secretarias de Direitos Humanos, Saúde e na Empresa de Limpeza Urbana (Emlur) da Capital.

Entre os alvos das buscas, além da secretária executiva de Saúde, Janine Lucena (filha do prefeito Cícero Lucena), estão outras duas servidoras. Patrícia Silva Santos era vinculada à Secretaria de Direitos Humanos, enquanto Aline Silva Santos estava lotada na Empresa de Limpeza Urbana.

No caso da Emlur, a direção da empresa anunciou o afastamento da servidora.

Não é possível afirmar que as duas foram indicadas para os cargos pelo ‘esquema’; nem se são parentes do detento Jossiênio Silva. Os três, porém, têm o mesmo sobrenome.

Outro lado

Já na sexta-feira o prefeito Cícero Lucena disse estar tranquilo e colaborando com as investigações. Ele determinou a abertura de procedimento administrativo para apurar o suposto envolvimento de servidores. Ainda conforme o gestor, a filha dele teria sido citada por ter atendido um telefonema feito de dentro de um presídio.

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