Saúde mental dos educadores: uma crise silenciosa no RN

Mais de 20% dos profissionais da educação no Rio Grande do Norte enfrentam transtornos como ansiedade e depressão, exigindo soluções urgentes.

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Fot: Exame

Uma pesquisa realizada em Natal, envolvendo mais de 3 mil profissionais da educação, revelou um cenário preocupante: mais de 20% dos entrevistados estão afastados ou em tratamento devido a doenças emocionais. Entre os problemas mais recorrentes estão a ansiedade, a depressão e o burnout, todos exacerbados por condições de trabalho estressantes.

Foto: Arquivo pessoal

A psicóloga Priscila Bezerril, especialista no tema, explicou que a sobrecarga de trabalho é um dos principais gatilhos, pois muitos educadores têm múltiplos vínculos empregatícios e tarefas além do horário regular. “Além disso, a violência escolar, conflitos com alunos e até agressões de pais são fatores que também contribuem para o desgaste psicológico”, relatou.

Foto: Verônica Macedo

O vereador Daniell Rendall, responsável pela pesquisa, apontou que a falta de tempo para lazer e autocuidado agrava ainda mais o problema. “A rotina dos profissionais está cada vez mais exaustiva, e muitos não têm espaço para se recuperar mentalmente”, afirmou.

Como resposta, Rendall lançou o ProFest, um projeto que oferece saúde, cultura e lazer para os profissionais da educação, incluindo atendimentos médicos gratuitos e descontos em estabelecimentos parceiros. Além disso, o vereador apresentou um projeto de lei para a criação do Programa de Desenvolvimento Socioemocional para Professores da Rede Pública, que visa oferecer apoio psicológico nas escolas e prevenir o adoecimento mental entre os educadores.

Os dados não se limitam apenas ao Rio Grande do Norte. Em 2024, o estado registrou mais de 8 mil afastamentos relacionados à saúde mental, enquanto a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) revelou que, em 2023, mais de 150 mil professores no Brasil foram afastados por transtornos como burnout e depressão.

Além disso, pesquisas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e da Unicamp indicam que uma parte significativa dos professores da educação básica sofre de estresse e ansiedade persistentes, com 72% deles relatando sinais de esgotamento mental.

Essa realidade destaca a urgência de políticas públicas que ofereçam suporte psicológico contínuo aos educadores, promovam a prevenção de doenças emocionais e melhorem as condições de trabalho nas escolas.

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