Polícia do Ceará responde a expulsões: 36 presos em ação contra o crime organizado

​Operação de Segurança desarticula rede de 'deslocamentos forçados' com prisões interestaduais

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​A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará divulgou um balanço incisivo sobre a repressão aos crimes classificados como “deslocamentos forçados”, termo que a pasta emprega para se referir às expulsões de moradores de suas residências por ordens de grupos criminosos. Desde agosto até a última quarta-feira, 5 de novembro, 36 indivíduos foram detidos em uma ação policial coordenada.

​Em entrevista à TV Verdes Mares, o secretário Roberto Sá destacou a natureza complexa da operação. Do total de detidos, 23 já possuíam histórico criminal, evidenciando o perfil de reincidência dos envolvidos neste tipo de coerção territorial. O ponto mais significativo, contudo, reside no alcance da ofensiva.

​As prisões não se limitaram ao território cearense, mas se estenderam a estados como São Paulo e Rio de Janeiro, resultado de uma articulação de inteligência e segurança integrada. Um exemplo emblemático dessa cooperação foi a captura da principal liderança por trás dos eventos no distrito de Uiraponga, em Morada Nova, que foi localizada e presa em São Paulo. O distrito de Uiraponga, conforme apurado em investigações recentes sobre o tema, tornou-se um símbolo da crise humanitária e de segurança gerada pela disputa de facções, chegando a ser descrito como um “território-fantasma” devido ao esvaziamento populacional provocado pelas ameaças.

​A atuação da SSPDS, focada em desmantelar a estrutura de comando dessas ações, demonstra uma resposta direta ao fenômeno dos deslocamentos internos forçados, um grave problema de violência urbana que viola o direito fundamental à moradia e impõe um código de subordem a populações vulneráveis nas periferias e no interior. O número de prisões e a expansão da busca para outros estados sublinham a dimensão nacional do crime organizado e a necessidade de estratégias de segurança pública que transcendam as fronteiras estaduais.

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