Israel e Hamas selam acordo de cessar-fogo parcial com retirada e troca de prisioneiros

Negociadores encerram dois anos de conflito com pacto de retirada israelense e entrega de reféns; desafios políticos casam preço alto para manutenção do armistício

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Foto: Belal Abu Amer \ apaimages

Após mais de dois anos de guerra aberta na Faixa de Gaza, Israel aprovou nesta quinta-feira (9) o acordo de cessar-fogo negociado com o Hamas, instaurando uma trégua com mecanismos de retirada parcial e troca de prisioneiros.

De acordo com o pacto ratificado em reunião de gabinete, Israel terá 24 horas para iniciar o recuo de suas tropas, reduzindo seu domínio territorial para 53% da Faixa de Gaza. Na fase emergencial prevista, o Hamas, por sua vez, terá 72 horas para entregar os reféns ainda sob seu controle.

Na cerimônia que aprovou o acordo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu destacou que o retorno dos reféns era um dos objetivos centrais da operação. “Lutamos dois anos para alcançar nossos objetivos de guerra”, disse ele, mencionando que espera trazer de volta os prisioneiros “vivos e mortos”.

Foto: Belal Abu Amer \ apaimages

Segundo o ministério da Defesa israelense, o recuo inicial não será total: as tropas permanecerão em áreas estratégicas até que seja instaurada uma força internacional transitória para estabilização territorial.

O texto do acordo prevê também negociações simultâneas sobre prisioneiros palestinos, com liberação de mulheres e crianças presos em Israel. Apesar disso, o desarmamento total do Hamas não exigido imediatamente no cenário acordado, marca de tensão nas negociações futuras.

Analistas apontam que o pacto é apenas o primeiro passo de um caminho estreito. Para além da trégua, a implementação dependerá da contenção de facções radicais dentro do governo israelense e da capacidade de gestão política de Netanyahu, sobretudo diante das pressões internas que o questionam pela extensão do conflito.

Foto: Omar AL-QATTAA / AFP

O anúncio gerou reações imediatas: famílias dos reféns celebraram, enquanto opositores de Netanyahu questionam se o primeiro-ministro priorizou seus próprios ornamentos políticos em detrimento da população. O impasse das últimas semanas, marcado por mobilizações políticas e crises internas, mudou de vez o tabuleiro da guerra.

Embora o cessar-fogo tenha início imediato, sua consolidação e a virada de página definitiva dependem dos próximos passos e da vontade das partes envolvidas em transformar uma trégua temporária num acordo sustentável.

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