Canindé, no interior do Ceará, foi palco de uma intensa troca de tiros que culminou na morte de sete suspeitos em confronto com a Polícia Militar. A ocorrência, registrada na madrugada desta sexta-feira (31), expõe a brutalidade da guerra territorial deflagrada por grupos criminosos de origem carioca que buscam consolidar o controle sobre o narcotráfico no estado.
As equipes da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) receberam um alerta estratégico sobre uma iminente ofensiva. Um grupo de criminosos se preparava para atacar rivais nas localidades dos bairros Campinas e Palestina. O deslocamento policial, por volta das 3h da manhã, resultou no encontro com os indivíduos, que estavam armados.
Em nota oficial, a SSPDS detalhou que, ao detectarem a presença das viaturas, os suspeitos iniciaram os disparos e chegaram a utilizar artefatos explosivos em via pública. Seis deles foram neutralizados no local do confronto. Um sétimo tentou escapar em um veículo Fiat Palio, sendo perseguido e, após nova reação armada contra os agentes, também foi morto.
O saldo da operação demonstra o poderio logístico desses grupos: a Polícia Militar apreendeu um fuzil, quatro pistolas, três revólveres, além de mais de 150 munições e um volume não especificado de entorpecentes. As investigações ficam a cargo da Polícia Civil do Ceará (PCCE), por meio da Delegacia de Canindé, para apurar os detalhes do incidente e a articulação do grupo.
O episódio violento sublinha o cenário de reconfiguração do crime organizado no Ceará. As facções Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP), ambas com raízes no Rio de Janeiro, estão em embate direto pelo domínio de rotas e pontos de venda de drogas. Levantamentos apontam que, aproveitando o enfraquecimento da facção local Guardiões do Estado (GDE), o TCP vem ocupando seu espaço em diversas áreas do território cearense, intensificando a disputa contra o já estabelecido CV.O enfrentamento em Canindé é um reflexo direto da crescente penetração de grupos interestaduais, que transformaram o Ceará em um campo de batalha crucial na logística nacional do tráfico, demandando uma resposta contundente e ininterrupta das Forças de Segurança Pública.
Com assessoria
 
				 
											




