Braiscompany: Advogado que representa vítimas diz que donos correm alto risco de morte: “Casal mais odiado da Paraíba”

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O advogado Gustavo Rabay, que representa mais de 400 vítimas da Braiscompany, afirmou nesta quarta-feira (6) que os sócios da companhia, Antônio Neto e Fabrícia Campos, correm risco de morte e são o “casal mais odiado da Paraíba”. Ele também contou que está na fase avançada do processo de recuperação de ativos e que espera que as vítimas sejam ressarcidas de parte dos valores que investiram na empresa.

Gustavo é professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e especialista em blockchain, cripto-economia e direito digital. Ele colaborou com a Polícia Federal na investigação e na prisão do casal, que foi capturado na Argentina na última quinta-feira (29), após mais de um ano de fuga. Segundo o advogado, Antônio foi “traído pela vaidade”, ao aparecer nas redes sociais com uma mudança de visual.

“Ele achava que poderia aparecer com alguma mudança de visual num país estrangeiro. Ele possivelmente tenha ido ao Paraguai e tenha frequentado outros lugares da Argentina. Então, é possível que em um dado momento ele tenha achado que poderia passar ileso e foi traído pela própria a vaidade de aparecer nas redes sociais. Fez um perfil fake, estava acompanhando ali tudo. Talvez isso tenha ocasionado a queda”, afirmou Gustavo.

O advogado também disse que o casal tem alto risco de ser alvo de atentados por parte de pessoas que se sentiram lesadas pelo esquema.

“Agora, nosso temor maior é a preservação da vida deles. Que eles sejam conduzidos, que eles sejam removidos para um presídio com toda segurança, porque atualmente é o casal mais odiado da Paraíba e pode acontecer algo muito grave com eles. A gente teme aí, em nome das vítimas, que eles tenham a vida preservada, teme para que eles sejam poupados de algum atentato contra a vida deles. Eles correm muito risco de morte”, declarou.

Gustavo ainda revelou que, além da Braiscompany, existem outras fraudes envolvendo criptoativos em andamento na Paraíba. “Aqui na Paraíba existem pelo menos três outros casos, mas eu vou me reservar a não citar os nomes, porque estão em respectivas investigações e a gente tem inclusive coisa quentinha, fresquinha para sair que pode atrapalhar inclusive as investigações”, disse.

O especialista explicou que o processo de recuperação de parte do dinheiro perdido pelas vítimas deva ser concluído por volta de quatro anos. “É o prazo também comum aos outros casos. Eu estou tirando isso também como a média dos casos anteriores. Teve casos que chegou a 11 anos, mas a média tem sido essa de 4, 5 anos. A gente está agora no primeiro ano, então eu diria que entre três e quatro anos seria uma expectativa legítima de a gente ter essa recuperação”, concluiu.

 

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