A Caatinga voltou a respirar azul. Após 37 anos, dois filhotes de ararinha-azul nasceram livres em Curaçá, no norte da Bahia, o único canto do planeta onde essa espécie existe. O feito, resultado de um longo trabalho de reintrodução, reacende a esperança em torno de uma das aves mais raras e emblemáticas do Brasil.
A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) desapareceu da natureza nos anos 2000, vítima da caça ilegal e da destruição de seu habitat. Desde então, cientistas e ambientalistas se uniram para trazer de volta o símbolo da Caatinga, por meio de programas de reprodução em cativeiro e soltura controlada.
O nascimento dos novos filhotes foi confirmado pelo Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-Azul, criado em 2018 em parceria com o ICMBio e organizações internacionais de conservação. O projeto vem monitorando a adaptação das aves reintroduzidas, que agora não apenas sobreviveram, mas formaram o primeiro casal reprodutor em liberdade desde a extinção.
Mais do que uma boa notícia ambiental, o retorno das ararinhas é um gesto simbólico de resistência: em meio à aridez da Caatinga, a vida encontrou um jeito de continuar colorindo o sertão.
 
				 
											




