A ressaca de Lula – Por Júnior Gurgel

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Não estamos insinuando que o Presidente Lula ontem (01/05/2024) estivesse bêbado ou embriagado – pelo consumo excessivo de “destilados” – nas duas mini manifestações organizadas pelo PT, em homenagem à comemoração ao Dia do Trabalho (ou Trabalhador) em São Paulo. Mas, a “ressaca moral” dos seus pronunciamentos o deixará alguns dias abatido, debilitado, enrouquecido, com as “cordas vocais” inflamadas. Falou demais, e tudo que não devia. Mas, o episódio pode ter sido um “surto”, provocado pelo estresse ou a ausência de Janja no palanque.

Alguém que já tenha tomado um verdadeiro “porre”, sofreu o desconforto de uma grande ressaca. No dia seguinte, os efeitos “físicos” se curam com reidratação. Se necessário, soro, muita água, doce, ou água de coco. O “moral” é torturante. O excesso de álcool atinge o cérebro, na região do córtex pré-frontal, principal responsável pelas funções cognitivas, provocando sintomas de “amnésia” ou “apagão”. Não se consegue recordar nada. Principalmente, sobre do que falou, de quem falou, magoou, destratou ou humilhou, através de impulsos incontroláveis.

Em São Paulo, onde se concentra o maior contingente de trabalhadores formais do País – berço das lutas sindicais e “manjedoura” onde nasceu o PT – Lula presenteou a classe operária com a promessa de “desonerar” a folha de pagamentos, desempregando cerca de um milhão de labutadores. Aumentará impostos de dezessete setores da atividade econômica que garante o suado “ganha pão” desta categoria obreira, vinculada a este segmento empresarial.

Como todo bêbado é dono da palavra, rico e valente, o presidente Lula “embriagado de ilusões” confessou seu poder sobre o Congresso Nacional: tudo que mandei eles aprovaram e continuarão aprovando. Dialogando e negociando com todos, cumprirei as promessas de campanha. O tom do “Dialogando e negociando” sugere interpretação pejorativa, que compromete a imagem do Parlamento.

Dirigindo-se a um pequeníssimo público – que não elege um vereador em São Paulo – Lula infringiu a legislação eleitoral. Lançou e pediu votos para o pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos do PSOL. A oposição ajuizará imediatamente uma AIJE – Ação de Investigação Judicial Eleitoral, para impedir o registro da candidatura psolista: campanha antecipada – proibida no micro período eleitoral – abuso do poder político, econômico e midiático, além do uso do dinheiro público. O conjunto da obra está recheado de fatos, que o TSE considera pecaminosos e proibitivos.

Quanto a Lula, responderá por improbidade administrativa. O evento teve característica político/eleitoral. Locomoção e estadia do presidente em SAMPA saiu do erário público, e não do seu bolso. Bolsonaro está inelegível porque fez uma reunião com embaixadores a portas fechadas. Não pediu votos. Mas, o TSE alegou que ele estava fazendo campanha antecipada. E agora? Irão repetir a velha regra de aferir agravos à legislação vigente, com dois pesos e duas medidas?

Nas inúmeras imagens que assistimos, veiculadas nas redes sociais, o que nos deixou curioso, foi a total ausência da juventude. Os caçulas da plateia são quarentões. O PT não se renovou. Perdeu a principal militância, seu discurso envelheceu e não desperta mais a paixão popular. Onde se esconderam os sessenta milhões de eleitores? Gastou em 2023 – PEC da transição – 230 bilhões para popularizar-se. Não sensibilizou o povão? Num País cristão, onde um dos seus principais mandamentos é a gratidão, aumenta a cada dia a suspeição da vitória de Lula em 2022.

Por Júnior Gurgel

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