A Fiel e a Colina no Divã: o peso da história e o desespero da taça

​Entre a ansiedade paulistana e o ajuste de fuso carioca, Corinthians e Vasco iniciam a decisão da Copa do Brasil sob o signo da lotação e do anacronismo.

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Se você ainda buscava um bilhete para a Neo Química Arena, parabéns pelo otimismo, mas lamento informar que a racionalidade chegou antes. Na noite desta terça-feira, o Corinthians oficializou o óbvio: não cabe mais um alfinete, muito menos um torcedor tardio, nos 48.905 lugares do hospício de Itaquera. O combo de 2.500 vascaínos terá a ingrata (ou heróica) missão de tentar ser ouvido em meio ao barulho ensurdecedor de uma massa que busca o tetra para parar de contar histórias de 2009.

O duelo, marcado para as 21h30 desta quarta-feira, será um exercício de nostalgia e sobrevivência. De um lado, o Timão tenta se desvencilhar do fantasma do “quase” e encostar no Cruzeiro na prateleira de cima. Do outro, o Vasco, que guarda sua única taça de 2011 como um amuleto de tempos menos turbulentos, tenta provar que o gigantismo não é apenas um conceito geográfico ou histórico, mas um fato esportivo atual.

Como se o nervosismo já não fosse o suficiente, a CBF decidiu brincar de mestre do tempo. A finalíssima no Maracanã, no próximo domingo (21), teve seu início antecipado das 18h30 para as 18h. Uma mudança de 30 minutos que, para o torcedor comum, parece irrelevante, mas para o cronograma de logística e para o coração dos ansiosos, equivale a uma eternidade comprimida.

O ajuste serve como um lembrete: no futebol brasileiro, até o relógio é volátil. Se o Corinthians busca o quarto título para consolidar sua hegemonia moderna, o Vasco quer o bi para respirar fora dos aparelhos da memória.

Onde assistir (ou sofrer): Globo, SporTV, Premiere, Prime Video e o misterioso getv. Para os que preferem a frieza dos dados enquanto o sangue ferve, o tempo real do CNN Esportes estará de prontidão.

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