Nesta quarta-feira (17), famílias com NIS final 6 recebem os R$ 110 referentes ao Auxílio Gás, valor que hoje cobre integralmente o custo médio de um botijão de 13 kg. O pagamento, que ocorre a cada dois meses, segue o fluxo do Bolsa Família e encerra seu cronograma anual no dia 23. Contudo, o que parece ser apenas mais uma rodada de depósitos marca, na verdade, o início de uma transição estrutural no modelo de assistência energética do Brasil.
O modelo atual, garantido pela Emenda Constitucional da Transição até 2026, foca no repasse direto de valores via conta bancária. Para ter direito, a regra é clara: inscrição ativa no CadÚnico e presença de ao menos um beneficiário do BPC no núcleo familiar. Além disso, a legislação prioriza o protagonismo feminino, com foco especial em mulheres chefes de família ou vítimas de violência doméstica.
No entanto, o Governo Federal já começou a testar as engrenagens de um substituto mais ambicioso: o Gás do Povo. A proposta é disruptiva por alterar a natureza do benefício. Em vez de dinheiro na conta, que muitas vezes acaba sendo drenado por outras urgências domésticas, o cidadão passa a ter o direito à recarga física em revendas credenciadas.
A ambição do novo programa não é apenas mudar a forma de entrega, mas a sua escala. O objetivo é saltar dos atuais 4,4 milhões de famílias para 15 milhões até o fim do processo de implementação.
Desde o final de novembro, o Gás do Povo opera em fase de expansão em dez capitais estratégicas, incluindo São Paulo, Salvador, Belém e Porto Alegre. Esta migração gradual visa corrigir distorções de mercado e garantir que o subsídio estatal cumpra sua função primária: manter o fogão aceso nas casas de maior vulnerabilidade social.





