Copa 2026: O Brasil, os “Quase” e o Haiti

​Ancelotti ganha chave de grupo que beira a cordialidade, em um Mundial inchado onde o Grupo da Morte foi... a burocracia do sorteio.

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O sorteio desta sexta-feira (5), no Kennedy Center, em Washington, definiu o destino inicial da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2026. E se esperava um duelo de titãs logo na fase de grupos, a realidade bateu à porta com uma chave que sugere mais tranquilidade do que emoção.

O Brasil, cabeça de chave do Grupo C, vai encarar Marrocos, Escócia e Haiti. Na prática, o italiano Carlo Ancelotti e sua equipe podem fazer a primeira fase da Copa ser, no bom e velho jargão futebolístico, “protocolar”.

O Marrocos, semifinalista do último Mundial, é o adversário de maior peso e com quem o Brasil fará sua estreia em 13 de junho. Os Leões do Atlas, com seu destaque em ascensão Achraf Hakimi, carregam a responsabilidade de ser o futebol africano que de fato chegou. O passado recente marroquino, inclusive a vitória em amistoso contra o Brasil em 2023, é a única pimenta que pode esquentar esta fase.

Em seguida, a Canarinho de Ancelotti enfrentará o Haiti, o proverbial ponto de interrogação que remete ao “futebol romântico” de sua única participação em 1974. Os haitianos, com pouca tradição em Copas (apenas duas agora, com 52 anos de hiato entre elas), são a aposta da Concacaf para chocar o mundo. Com todo respeito, se o Brasil não somar três pontos aqui, a demissão de Ancelotti será o assunto menos relevante.

A chave se completa com a Escócia, uma seleção quase lendária por sua capacidade de ser eliminada na primeira fase. Os escoceses, donos de oito participações e nenhuma passagem para as oitavas, voltam ao palco após 28 anos, munidos da esperança que Scott McTominay pode dar. No entanto, o histórico da Seleção em Copas contra a Escócia é de 100% de aproveitamento.

A realidade, porém, é que o aumento do número de seleções para 48 (em 12 grupos de quatro) criou um torneio onde os grandes só devem se preocupar de verdade na fase eliminatória, a partir dos 32 avos de final. A estreia contra o México, em 11 de junho no Estádio Azteca, marca o início de uma maratona de 104 jogos até a final, em 19 de julho, no MetLife Stadium.

Com o sorteio finalizado, o Grupo C se apresenta como uma chance de o Brasil calibrar a mira e evitar o vexame. O grande desafio, ironicamente, será manter a concentração e encarar Marrocos, Haiti e Escócia como mais do que meros coadjuvantes em seu caminho para Nova Jersey. A fase de grupos será um tour de luxo pelos Estados Unidos; a dificuldade real, os comandados de Ancelotti, só a verão na fase de mata-mata.

Qual destes adversários do Brasil no Grupo C, Marrocos, Escócia ou Haiti, você acha que pode causar mais surpresa?

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