A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) desferiram um golpe contra um articulado esquema de desvio de verbas públicas com a deflagração da Operação Fake Road nesta sexta-feira (28). A ação, cujo nome remete à ideia de uma “rodovia falsa”, investiga sérias irregularidades em contratos de pavimentação rodoviária.
As apurações se concentram em ajustes firmados pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), os quais foram financiados por emendas parlamentares. As investigações tiveram início a partir de auditorias da CGU que revelaram um padrão de fraude que incluía superfaturamento, a execução apenas parcial ou inexistente dos serviços contratados, a criação de medições falsas e o favorecimento indevido de empresas em processos licitatórios.
O prejuízo para os cofres públicos, até agora estimado, já ultrapassa a marca de R$ 22 milhões. A PF suspeita da formação de uma possível organização criminosa envolvendo servidores públicos do DNOCS e representantes de empresas privadas, todos voltados à apropriação desses recursos destinados à infraestrutura.
Autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), agentes cumprem 11 mandados de busca e apreensão nas cidades de Fortaleza (CE) e Natal (RN). Além das diligências em endereços estratégicos, as medidas judiciais incluem o bloqueio de bens, indisponibilidade de imóveis e veículos, e a quebra de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático dos envolvidos.
O objetivo da operação é consolidar o conjunto probatório, interromper a continuidade das práticas ilícitas e reforçar o combate sistemático à corrupção e ao mau uso do dinheiro público no país.
