O cenário político e a militância histórica do Partido dos Trabalhadores (PT) foram abalados nesta quinta-feira (6) pela morte do ex-deputado estadual Paulo Frateschi, de 75 anos. Ele foi vítima de um ataque a facadas perpetrado pelo próprio filho, Francisco Frateschi, 34, durante um episódio de surto psicótico na residência da família, localizada na Vila Ipojuca, zona oeste da capital paulista.
Francisco, que reside em Paraty (RJ) e se encontrava em São Paulo especificamente para a continuidade de um tratamento psiquiátrico, foi contido após a agressão. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), ele foi sedado e permanece internado sob custódia policial na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Lapa. Investigadores apuram a dinâmica do surto, que, conforme relatos de familiares e amigos, ocorreu em um contexto de instabilidade emocional e uso de medicamentos controlados pelo agressor. A irmã e a mãe de Francisco, Yolanda Maux (também atingida ao tentar intervir), de 42 e 64 anos, respectivamente, foram feridas durante a confusão, mas receberam atendimento médico e não correm risco.
O político, que foi atingido por golpes no abdômen e em um braço, chegou a ser levado ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos. A Polícia Civil registrou a ocorrência no 91º Distrito Policial (Ceasa) como homicídio consumado e lesão corporal, e o local do crime foi isolado para a perícia.
A tragédia desta quinta-feira soma-se a outras perdas familiares. Frateschi já havia enfrentado a morte precoce de dois filhos em acidentes de carro, em 2002 e 2003, um drama familiar amplamente conhecido entre seus pares. A perda de Paulo, em um ato de violência dentro do próprio lar e em decorrência de um surto psicótico, adiciona uma camada de complexidade e dor ao luto, levantando questões sobre a fragilidade da saúde mental e suas consequências.





