O inusitado encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder americano Donald Trump, ocorrido neste domingo (26/10) na Malásia, ganhou um capítulo cordial nesta segunda-feira (27/10), dia em que o brasileiro completa 80 anos. Antes de embarcar para o Japão, Trump não apenas classificou a reunião como “muito boa”, mas fez questão de parabenizar publicamente o octogenário. “Ele é um cara muito vigoroso, na verdade, e foi muito impressionante”, declarou o republicano, um elogio que ressalta a trajetória de Lula.
Contudo, a cortesia diplomática não se traduziu em um anúncio imediato para o impasse comercial entre as nações. Embora os times econômicos tenham sido instruídos a iniciar negociações, Trump evitou garantir a suspensão das tarifas que, segundo ele, chegam a 50% para o Brasil. “Vamos ver o que acontece. Não sei se alguma coisa vai acontecer, mas veremos. Eles gostariam de fazer um acordo”, ponderou o chefe de Estado americano, sinalizando que a disputa por concessões ainda está em aberto.
Do lado brasileiro, o otimismo domina a narrativa. Nesta segunda-feira (27), Lula demonstrou convicção de que um acerto com Washington será concluído rapidamente, em questão de poucos dias. O presidente mencionou ter alertado Trump sobre a necessidade de superar quaisquer divergências ideológicas em prol dos interesses mútuos de seus povos. “Agora não tem mais intermediários, é o presidente Lula com o presidente Trump. Gostemos ou não um do outro, nós temos que assumir a responsabilidade como chefes de Estado de saber que nossas ações têm que trazer benefício para o povo que nos elegeu”, ressaltou o líder brasileiro.
A postura de ambos os presidentes reforça o diálogo direto, mas sublinha a distinção entre a diplomacia pessoal e a pragmática negociação comercial.
Enquanto a troca de afagos entre líderes opostos ideologicamente avança, o destino do comércio bilateral segue dependendo da capacidade das equipes técnicas em dissolver as barreiras tarifárias que oneram as relações econômicas entre as duas maiores democracias do Ocidente.





