Na cena política paraibana, onde alianças tradicionais enfrentam o desgaste da mesmice, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) sugere que o roteiro de 2026 pode ser escrito a seis mãos, ou melhor, com MDB, PSD e PT formando um trio inesperado. Em entrevista à Rádio Arapuan FM na última sexta-feira (24), Veneziano não economizou no discurso de conciliador: mantém contatos abertos com lideranças destas siglas e, para dar um toque de pragmatismo ao enredo, já inclui o ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSD) como nome natural para compor a chapa majoritária.
O senador é claro ao afirmar que o PT, que historicamente se alinhou ao governador João Azevêdo, não caiu de paraquedas nestas conversas. Apesar do PT encampar o projeto governista, a entrada no jogo do pré-candidato Lucas Ribeiro (PP) provocou ruídos que têm levado a oposição a tentar uma aproximação com o partido, apostando na rearticulação. Veneziano se apresenta como o fiel da balança nesta dança, assegurando que o PT pode confiar no MDB como parceiro, e que o segredo é não ter segredo algum, diálogo franco e chapa compartilhada.
O MDB, por sua vez, já tem sua estrela cadente reascendida: o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, recém-filiado ao partido, é o pré-candidato oficial para o governo do estado. Seu retorno ao MDB continua sendo tratado como carta na manga, evidenciando que o jogo ainda está longe de se fechar, tudo depende da engenharia fina que Veneziano promete em cima da hora.
Nessa trama onde aliados de ontem conversam com adversários de hoje, a política paraibana mostra sua magia: como uma boa comédia de erros, não falta esperança de reviravolta para sacudir os bastidores das eleições de 2026. O roteiro está aberto, e um tirar o chapéu pelas alianças híbridas pode ser o que faltava para transformar essa eleição em espetáculo imperdível.





