O ex-senador Ney Suassuna, filiado ao Republicanos da Paraíba, e uma servidora do 15º Ofício de Notas do Rio de Janeiro foram denunciados pelo Ministério Público por falsificação de documentos públicos. A denúncia refere-se a quatro procurações e um contrato que teriam sido assinados por Raquel Otila, ex-esposa de Suassuna, que contesta veementemente a autoria das assinaturas.
Raquel Otila, que reside em Portugal, apresentou provas à Polícia Civil confirmando sua ausência do Brasil no período em que os documentos foram firmados, entre maio de 2020 e novembro de 2021. Esse episódio se insere num cenário de grave crise e suspeitas que envolvem cartórios cariocas, marcados por investigações sobre documentos fraudulentos, desvios financeiros e venda ilegal de bens registral.
Paralelamente, a Corregedoria Geral da Justiça investiga possíveis omissões da tabeliã Fernanda Leitão na supervisão das operações do cartório, ainda que a equipe de compliance do cartório defenda a impossibilidade prática de presença contínua da tabeliã durante todos os atos.
Ney Suassuna nega as acusações e anuncia retaliação ao acusar Raquel de denunciação caluniosa. O Ministério Público ainda não foi oficialmente informado da rejeição da denúncia pelo Judiciário, mas pode insistir no processo. O caso reflete desafios profundos no controle e segurança dos sistemas notariais brasileiros.