Flamengo 3 x 2 Palmeiras: o jogo, as expulsões e o ‘Caso Sampaio’

Em um jogo que parecia ser só futebol, o Palmeiras se viu mais preocupado com as decisões de Wilton Sampaio do que com o resultado final, e o árbitro, claro, não poupou ninguém.

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O Maracanã recebeu na noite de ontem (19) mais um capítulo da “final antecipada” do Campeonato Brasileiro. Aquele duelo eletrizante entre Flamengo e Palmeiras, que terminou com vitória rubro-negra por 3 a 2, deixou o estádio, e as redes sociais, fervendo. Mas não foi apenas o placar que chamou a atenção. Entre os gols e as viradas, o árbitro Wilton Pereira Sampaio, da Fifa, teve sua própria performance, e não foi elogiada.

Logo após o apito final, a imagem que se formou no gramado foi quase cinematográfica: dois personagens em cena, ambos do Palmeiras, totalmente revoltados com o árbitro. Piquerez e João Martins, ao que parece, decidiram transformar o duelo de futebol em uma disputa de nervos com a arbitragem. A expulsão dos dois, um pela reclamação e outro pela coragem de reclamar a mais, virou a nova sensação nas discussões pós-jogo.

“Você está de sacanagem, veio aqui só para roubar a gente”, bradou Piquerez, com a confiança de quem acaba de sair de um debate acalorado. João Martins, por sua vez, estava ainda mais no clima: “Sempre você nos prejudicando, está de marcação com o Palmeiras”, disparou, apontando com o dedo como se estivesse a um passo de pedir uma auditoria. A troca de palavras inflamadas resultou em cartões vermelhos para ambos, que precisaram ser escoltados até os vestiários, deixando claro que não seria uma simples derrota para o time alviverde. A expulsão, no entanto, deixou uma questão no ar: seria apenas o futebol ou o “caso Sampaio” também estava em jogo?

Wilton Pereira Sampaio, em sua versão Fifa de árbitro polêmico, registrou as ocorrências de forma objetiva na súmula, detalhando as expulsões de Piquerez e Martins, e o comportamento de ambos. O uruguaio, aparentemente, não estava disposto a ouvir explicações e, segundo o árbitro, precisou ser “contido” pelo policiamento. Nada que um bom cartão vermelho não resolva, certo?

Mas as críticas não ficaram por aí. Após o apito final, o capitão Gustavo Gómez não poupou palavras e, em entrevista no campo, apontou para o “soberbo” comportamento do árbitro. O paraguaio fez questão de deixar claro que, aos seus olhos, Wilton tinha algo pessoal contra o Palmeiras, e o tom da crítica, recheado de ironia, não deixou dúvidas sobre o descontentamento da equipe. “Estou há quase 8 anos no Brasil, meu parecer é que ele tem alguma coisa com o Palmeiras”, disse Gómez, como quem revela um grande segredo de bastidores.

E se o capitão paraguaio se sentiu à vontade para alfinetar o árbitro, Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, também teve sua cota de indignação. Evitando grandes discussões sobre a arbitragem, ele ainda assim conseguiu expressar, com a classe de um mestre, sua insatisfação. “Já me expulsou quatro ou cinco vezes. A forma que ele falou com meus jogadores após o jogo… Enfim”, disse o técnico, com um tom que poderia ser descrito como diplomático, mas a crítica estava ali, disfarçada no “enfim”.

No entanto, as reclamações da torcida palmeirense não se limitam ao comportamento de Wilton Sampaio. A equipe alviverde também questiona algumas decisões técnicas que, segundo eles, prejudicaram seu desempenho. Um lance polêmico no primeiro tempo, envolvendo Jorginho e Gómez, teria sido um pênalti claro, não assinalado. Já o gol de pênalti do Flamengo, originado de uma falta no início da jogada, também foi motivo de discórdia. A sensação de “erro de arbitragem” parecia impregnar cada detalhe da partida.

Com as críticas no ar e a expectativa de um posicionamento formal, o Palmeiras já promete levar as queixas à Comissão de Arbitragem da CBF. Afinal, no Brasil, a CBF tem tradição em resolver questões delicadas… ou pelo menos em deixar o “caso Sampaio” esfriar até o próximo jogo.

No fim das contas, o que se viu no Maracanã foi mais um jogo de campeonato, mas também um verdadeiro espetáculo de críticas, expulsões e acusações. O Flamengo, ao vencer por 3 a 2, pode até ter sido o vencedor da noite, mas quem realmente roubou a cena foi a arbitragem, ou como diria o palmeirense, “o árbitro de marcação contra o Palmeiras”.

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