O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), permaneceu em silêncio nesta segunda-feira (29) diante das críticas do presidente estadual do PT, Tássio Brito, que questionou a falta de esclarecimentos sobre uma denúncia envolvendo a compra de projetores multimídia pela Secretaria Municipal de Educação. O valor do contrato ultrapassa R$ 6,9 milhões e levanta suspeitas de superfaturamento.
O caso chamou a atenção do Ministério Público Federal (MPF), que estuda a abertura de um inquérito civil público para apurar possíveis irregularidades nos processos licitatórios, incluindo a compatibilidade dos preços com o mercado e a legalidade dos pregões. Caso sejam confirmadas irregularidades, os responsáveis podem responder por improbidade administrativa e dano ao erário, afetando diretamente a gestão municipal.
A denúncia revive memórias da Operação Overclean, deflagrada anos atrás pela Polícia Federal, que revelou um esquema de fraudes em licitações da educação envolvendo servidores e empresários locais. Para o PT, a recorrência de denúncias evidencia a necessidade de maior transparência na condução de políticas educacionais em Salvador.
Além do foco nas licitações, Tássio Brito criticou o alinhamento político de Bruno Reis com o ex-prefeito ACM Neto, especialmente durante a votação da PEC da Blindagem, que limita investigações contra parlamentares e autoridades. O dirigente do PT classificou a postura como “vergonhosa” e afirmou que a proximidade entre prefeito e ex-gestor dificulta respostas claras às denúncias, reforçando a percepção de opacidade na administração.
O episódio expõe fragilidades duplas para a gestão municipal: a suspeita de superfaturamento em contratos de educação e a dificuldade do prefeito em se desvincular politicamente de ACM Neto. A ausência de esclarecimentos públicos sobre o caso tende a intensificar a pressão política e institucional sobre a prefeitura, em um cenário de polarização nacional.





