União usa terreno de R$ 40 bilhões em Brasília para financiar VLT e trens regionais

Uso inovador do ativo imobiliário da União busca atrair investimentos privados e destravar projetos ferroviários em todo o país.

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O governo federal decidiu utilizar a área da antiga rodoferroviária de Brasília, um terreno avaliado em R$ 40 bilhões e atualmente sob controle do Exército, como lastro para projetos ferroviários estratégicos. A iniciativa, anunciada após reunião entre o presidente Lula e os ministros Renan Filho e Esther Dweck, busca destravar a construção do VLT ligando Brasília a Luziânia, além de viabilizar cinco outras linhas de trens de passageiros em distintas regiões do país.

O modelo adotado se baseia na exploração imobiliária do entorno da estação, um mecanismo internacional conhecido como “real estate development”. A área será concedida a empresas que terão o direito de explorar o potencial construtivo, em troca da responsabilidade pelos investimentos necessários na infraestrutura ferroviária. Assim, o governo evita depender exclusivamente do orçamento público, mobilizando capital privado para ampliar a rede de transporte coletivo.

O Distrito Federal ainda espera definição clara da União para avançar com um plano urbanístico compatível, ressaltando que nenhuma proposta definitiva foi aprovada até o momento. A medida representa uma tentativa de transformar um impasse histórico em mobilidade urbana, potencialmente criando um novo paradigma para o financiamento de obras de infraestrutura complexas no Brasil.

Esse modelo de financiamento, ao colocar em jogo o valor imobiliário como fonte de recursos, pode ser a chave para tirar do papel investimentos que durante décadas ficaram paralisados, abrindo espaço para uma mobilidade mais sustentável e integrada.

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