O criador Roberto Medina tem um fetiche assumido: o Rio de Janeiro. Em um tour de força midiático realizado nesta terça-feira (25) no Pão de Açúcar, um cenário que já é quase um dejà vu nas coletivas do festival, o empresário, com a ironia que lhe é peculiar, sentenciou: “o grande headliner do evento é o Rio”. A declaração, ainda que venha de um mestre do marketing, acendeu a faísca para o que realmente interessa: a escalação. E a jogada inicial do Rock in Rio 2026 é, no mínimo, inusitada e brilhante.

No feriado de 7 de setembro, o Palco Mundo verá a dobradinha improvável e potente de Gilberto Gil e Elton John. O Sir britânico, conhecido por canções que são hinos globais como “Rocket Man”, fará seu único show no Brasil na edição de 2026. A exclusividade é a nova moeda de troca de Medina, que prometeu três grandes nomes globais com o selo de “apresentação exclusiva no festival”, ou seja, nada de shows de aquecimento em São Paulo ou BH.
Já o mestre Gilberto Gil, o baiano que transformou a música brasileira, abre a noite com o peso de sua relevância artística, preparando o palco para o astro inglês. O movimento, que poderia parecer uma anacronia para alguns millennials, é um golpe de mestre na curadoria, unindo gerações de hits e, de quebra, prestando uma homenagem à Bossa Nova, que terá um destaque especial na cenografia e programação.
Medina, que esteve acompanhado do prefeito Eduardo Paes, que não perdeu a chance de alfinetar eventos concorrentes, revelou que a edição de 2026 será “inspirada na paz” e focada na união, em um aceno direto ao clima político atual.
No campo técnico, a ambição da Rock World dispara: o Palco Mundo, agora ampliado para 104 metros de largura, será revestido com mais de 2.400 m² de painéis de LED, superando o total utilizado em toda a Cidade do Rock na edição anterior. Além disso, o espetáculo aéreo The Flight, com aviões e trilha inédita, está confirmado para 2026.
As vendas do Rock in Rio Card, o ingresso antecipado, iniciam em 9 de dezembro. A confirmação de dois gigantes da música logo de cara, com a promessa de mais surpresas “do tipo de parar a cidade” e uma ênfase inédita na exclusividade, mostra que o Rock in Rio, com a sabedoria de seus 41 anos, prefere pisar em terreno sólido de lendas do que arriscar apenas na efemeridade dos charts do momento.





