​RJ vive dia de guerra e Lewandowski isenta a União em operação recorde de vítimas

​Ministro da Justiça afirma que governador Cláudio Castro não solicitou auxílio federal para ofensiva no Alemão e na Penha; debate sobre competências e táticas de segurança acirra-se após 64 mortes

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O cenário de confronto estabelecido na Zona Norte do Rio de Janeiro nesta terça-feira, com uma megaoperação policial que culminou em 64 mortes e 81 prisões nos complexos do Alemão e da Penha, gerou uma imediata reação do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em viagem ao Ceará para receber o título de Cidadão Cearense, o ministro Ricardo Lewandowski dissociou o governo federal da coordenação da ação, classificada como a mais letal da história fluminense.

​Lewandowski desmentiu qualquer participação ou ciência prévia sobre a ofensiva estadual, que visava cumprir uma centena de mandados de prisão contra o Comando Vermelho (CV). “Absolutamente nada”, pontuou o ministro, ao ser questionado se o governador Cláudio Castro (PL) havia feito algum contato.

​A segurança pública nos estados, destacou Lewandowski, é primariamente uma atribuição das autoridades locais, notadamente do governador. O ministro ressaltou o papel restrito da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e demais forças federais, cuja competência é “muito limitada, constitucionalmente”, atuando em cooperação, e não como apoio secundário às polícias estaduais.

​Em contrapartida à alegação do governador Castro, que justificou a ausência de pedido de ajuda por negativas anteriores do governo federal, Lewandowski garantiu que Brasília não tem recusado auxílio. Ele mencionou que, no início do ano, o pedido de transferência de líderes de facções para penitenciárias federais de segurança máxima foi prontamente atendido, enfatizando que “Nenhum pedido foi negado” à gestão carioca.

​A Operação Contenção, parte de um plano permanente do governo estadual para frear o avanço do CV, mobilizou 2.500 agentes em solo. Após a deflagração da ação, a cidade presenciou intensos momentos de tensão e retaliação do crime organizado, com a formação de barreiras em vias expressas, como a Linha Amarela e a Grajaú-Jacarepaguá.

Analisando a crise, o ministro da Justiça defendeu que o enfrentamento ao crime, seja ele comum ou organizado, deve ser conduzido por meio de “planejamento, inteligência, coordenação das forças”. Lewandowski manifestou solidariedade aos familiares dos policiais e dos civis inocentes mortos, colocando a pasta à disposição para fornecer o suporte que se fizer necessário.

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