Quinteto detido: ataque a barco por extorsão reforça poder de facção no litoral do Ceará

​Recusa em pagar "pedágio" do TCP culmina na destruição de embarcação de R$ 1,8 milhão em Itarema

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A Polícia Militar do Ceará (PMCE) elevou para cinco o número de suspeitos detidos em conexão com o incêndio criminoso que destruiu uma embarcação de pesca avaliada em R$ 1,8 milhão, em Itarema, no litoral oeste do estado. O ataque, ocorrido na última segunda-feira (8), é tratado pelas autoridades como uma retaliação direta da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) contra um pescador que se recusou a ceder a um esquema de extorsão.

A mais recente prisão ocorreu na quarta-feira (10), na localidade de Torrões, o mesmo ponto onde o crime foi registrado. O detido, um homem de 25 anos, já possuía antecedentes por um homicídio cometido em outubro de 2025 na região. Com ele, os agentes da PMCE apreenderam uma pistola calibre .40, munições e dispositivos móveis. O suspeito foi conduzido à Delegacia

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará confirmou que a linha de investigação aponta para o ataque como uma demonstração de força do TCP. A cobrança de “taxas de segurança” ou “pedágios” é uma tática conhecida de grupos criminosos para impor domínio territorial e financeiro, vitimando comerciantes, pescadores e pequenos empresários. A magnitude do dano, a perda total de um bem de alto valor, serve como uma mensagem intimidadora, visando garantir a obediência e o fluxo de recursos ilegais provenientes da extorsão.

A sequência de prisões sublinha o desafio crescente que as forças de segurança enfrentam para desarticular a logística financeira e operacional das facções nas áreas costeiras do Ceará, onde o controle de atividades lícitas e ilícitas, como o tráfico de drogas e a pesca, se torna um ponto estratégico de disputa.

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