Salvador foi palco de um momento diplomático singular na noite de 5 de novembro, durante a abertura do “Festival Nosso Futuro Brasil-França: Diálogos com a África”. O evento, realizado no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), visava estreitar os laços culturais e diplomáticos entre os três continentes, em um cenário marcado pelo discurso do presidente francês Emmanuel Macron, que mencionou um “triângulo amoroso” entre França, Brasil e África.
No entanto, a solenidade foi abruptamente interrompida por uma intervenção contundente do governador baiano, Jerônimo Rodrigues (PT). Ao tomar o microfone enquanto Macron discursava, Rodrigues justificou sua atitude pela ausência de tradução simultânea que garantisse a compreensão da fala do presidente por todos os presentes.
O gesto do governador, que claramente ignorou o protocolo diplomático, levantou duas questões cruciais. A primeira reside na ruptura institucional causada pela interrupção inesperada da fala de um chefe de Estado estrangeiro, gerando um visível desconforto. A segunda, e mais imediata, expôs uma fragilidade logística na organização do evento, que negligenciou a acessibilidade comunicacional.
A exigência de tradução feita pelo governador petista obrigou os organizadores a agirem rapidamente, reforçando a distribuição dos fones de tradução aos convidados. O episódio, que poderia ser apenas um constrangimento pontual, transformou-se em um alerta sobre a importância da inclusão e do diálogo efetivo em encontros internacionais, especialmente em um festival que se propõe a debater a conexão entre as culturas e os futuros do Brasil, França e África.





