O futuro político de São Benedito do Rio Preto, no interior do Maranhão, está em aberto. O Ministério Público Eleitoral recomendou a cassação dos diplomas do prefeito Wallas Gonçalves Rocha e da vice-prefeita Débora Heilmann Mesquita, acusados de utilizar verbas do Fundeb para financiar a campanha municipal de 2024. O órgão também defende a suspensão dos direitos políticos de Rocha por oito anos.
A denúncia partiu da coligação adversária “União e Reconstrução”, que aponta suposto desvio de R$ 13,5 milhões. O dinheiro, segundo a investigação, teria irrigado blogs locais com publicações favoráveis à gestão, além de repasses a vereadores aliados e a pessoas próximas da família do prefeito.
Na apuração, extratos do portal da transparência mostram pagamentos feitos a indivíduos sem vínculo formal com a prefeitura. Depoimentos reforçaram a suspeita: um dos citados, Raimundo Costa Garreto, marido de uma vereadora governista, confirmou ter recebido quantias relevantes sem contrato ou licitação.
A defesa do prefeito e da vice alega que os pagamentos têm relação com serviços regulares da Secretaria de Educação e que não há conexão com a disputa eleitoral. Os advogados também apontam falhas processuais e pedem a exclusão de testemunhos considerados frágeis.
Para o MPE, porém, a conduta ultrapassa a legalidade ao utilizar dinheiro público em benefício de aliados políticos, independentemente de eventual impacto no resultado das urnas. Por força da legislação, a vice também é incluída no processo, ainda que não haja provas diretas contra ela.
Caso a Justiça Eleitoral siga o parecer, o município poderá passar por novas eleições. Até lá, a disputa permanece judicializada e o desfecho segue indefinido.