Pesquisadores da UEPB criam tecnologia para detectar metanol em bebidas de forma simples e rápida

Canudo inovador e equipamento de luz infravermelha são alternativas para combater a crescente intoxicação por bebidas adulteradas no Brasil.

Compartilhe o Post

O aumento dos casos de intoxicação por metanol no Brasil, especialmente associados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, tem gerado preocupação em diversas esferas da saúde pública. Para combater esse problema, pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) desenvolveram uma tecnologia inovadora e de baixo custo para detectar rapidamente a presença do metanol em bebidas.

A invenção consiste em um canudo que, ao entrar em contato com bebidas contendo metanol, muda de cor, oferecendo uma forma simples de identificação da substância tóxica. O método é baseado em reações químicas entre o canudo e o líquido, que, por capilaridade, interage com os reagentes presentes no interior do dispositivo. De acordo com Germano Veras, professor do Departamento de Química da UEPB e um dos responsáveis pela pesquisa, “o processo é extremamente simples e eficiente. É apenas necessário colocar o canudo no recipiente e observar se ocorre a mudança de cor, indicando a presença do metanol”.

Os dados mais recentes do Ministério da Saúde do Brasil indicam que, em 2023, o país registrou 259 notificações de intoxicação por metanol, com 29 casos confirmados. Os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul são os mais afetados, com pacientes diagnosticados com a ingestão de bebidas contaminadas. Este quadro alarmante evidencia a necessidade de tecnologias acessíveis para o diagnóstico rápido e eficaz da substância.

Além do canudo inovador, a UEPB também trabalha no desenvolvimento de outra tecnologia, ainda em fase de aperfeiçoamento desde 2023: um dispositivo que utiliza luz infravermelha para detectar a presença de substâncias adulterantes em bebidas. O equipamento é capaz de emitir luz infravermelha sobre garrafas lacradas, agitando as moléculas do líquido e analisando os dados coletados para identificar aditivos indesejados, como o metanol ou a adição de água para diluição do produto.

Essas soluções tecnológicas têm o potencial de revolucionar a maneira como os consumidores e autoridades verificam a segurança dos produtos que chegam às prateleiras. Elas também são um passo importante na luta contra a adulteração de bebidas, que não apenas coloca em risco a saúde dos consumidores, mas também causa danos irreparáveis, como falências hepáticas, cegueira e até morte.

Enquanto isso, especialistas alertam que o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas permanece uma preocupação crescente, sendo crucial para a saúde pública o desenvolvimento de ferramentas que possibilitem a detecção rápida e acessível da contaminação por metanol. Em uma sociedade onde o consumo de bebidas alcoólicas é tão prevalente, medidas de prevenção, como a que está sendo promovida pela UEPB, são essenciais para proteger vidas e garantir a segurança alimentar.

Com a ampliação de iniciativas como essas, espera-se que a sociedade brasileira passe a ter mais controle sobre o que consome, evitando tragédias relacionadas ao consumo de bebidas perigosas.

Compartilhe o Post

Mais do Nordeste On.