Paraíba tem nota “boa” em índice de transparência, mas falha em obras e emendas

Levantamento da Transparência Internacional aponta avanços digitais no estado, mas revela carências graves na divulgação de gastos com parlamentares e execução de projetos públicos.

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Foto: Ascom/PB

O mais recente levantamento da Transparência Internacional – Brasil, divulgado nesta terça-feira (30), colocou a Paraíba na 18ª posição entre os estados brasileiros no Índice de Transparência e Governança Pública (ITGP 2025). Com 64 pontos, o estado ficou na faixa considerada “boa”, mas o resultado acendeu alerta para falhas na divulgação de informações sobre emendas parlamentares e execução de obras públicas. No Nordeste, a Paraíba aparece em quarto lugar.

O estudo avaliou os 26 estados e o Distrito Federal a partir de 106 critérios, agrupados em cinco faixas de desempenho. A média nacional foi de 69,8 pontos. No caso paraibano, os melhores resultados apareceram em Transformação Digital e Comunicação (80,77) e Plataformas (78,26). Em contrapartida, os piores índices foram em Governança Administrativa e Dados Abertos, ambos com 50 pontos.

Apesar de, na primeira edição do índice, a Paraíba ter aparecido em melhor posição (11ª), a coordenadora de integridade e governança pública da Transparência Internacional, Amanda Faria Lima, pondera que não é possível comparar diretamente, já que os critérios adotados foram modificados. Para ela, a principal função da ferramenta é indicar onde os governos devem melhorar e permitir que a sociedade cobre avanços.

Um dos pontos mais críticos do levantamento é a opacidade das emendas estaduais. Apenas Acre, Distrito Federal e Minas Gerais divulgam integralmente essas informações. Quando se trata da transparência em obras públicas, a situação é ainda mais restrita: somente Ceará e Goiás mantêm plataformas com dados completos de execução física e financeira. Para Renato Morgado, gerente de programas da organização, esse cenário é preocupante diante da ampliação dos recursos de emendas e dos riscos associados a desvios.

Durante o processo de avaliação, os estados tiveram acesso aos dados preliminares e puderam contestar ou corrigir informações. Segundo a Transparência Internacional, cerca de 500 melhorias foram implementadas pelos governos estaduais nesse período, o que demonstra, segundo a entidade, que há capacidade de avanço quando há pressão social e institucional para garantir mais clareza na gestão dos recursos públicos.

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