O torcedor são-paulino não vive de glórias recentes, mas de sustos constantes e promessas de “fim de ciclo”. Após a derrota no clássico contra o Corinthians, o clube do Morumbi, que já garantiu sua vaga na Libertadores de 2025, de acordo com o resultado da 38ª rodada do Brasileirão de 2024, agora se vê num limbo existencial no final do Brasileirão. Acontece que, pela classificação atualizada da Série A (o Tricolor terminou em 6º na tabela de 2024), o sonho virou realidade e se transformou em… mais um desafio.

A tal missão era obter um lugar na G-6 e contar com o título da Copa do Brasil para liberar uma vaga extra. Pois bem, a vaga veio via Brasileirão mesmo. No entanto, o “fim de temporada desanimador” e a “série de frustrações” são o tempero de todo final de ano no Morumbi. O São Paulo, de fato, caminhou para uma posição que, dependendo de outros resultados, daria o pontapé inicial para a glória continental.
A salvação tricolor na 34ª rodada passava por uma vitória contra um Juventude que, por sua vez, estava na 15ª posição, à beira da degola. O time de Caxias do Sul precisava de 33 pontos, quatro atrás do Z-4, para “tentar chegar à Libertadores de 2026”, como se essa fosse a meta mais realista de um clube que luta para não cair. O sarcasmo é inevitável.

O drama da recuperação médica de atletas como Lucas e Rato e a lesão muscular de Zóloi são parte do folclore do Morumbi. O departamento médico, que já tem a fama de ter o tempo de recuperação mais criativo do país, segue sendo o palco onde a fé precisa andar lado a lado com a ciência. A boa notícia de Rafael Pitol e a volta de Hernán Crespo, são apenas um respiro antes do inevitável.
O futebol, no fim, é um ciclo de esperança e decepção. O São Paulo se classificou para a Libertadores de 2025, mas para sonhar de verdade, vai ter que superar o Juventude e, principalmente, a si mesmo. Se a vaga era o passaporte, a desorganização parece ser o carimbo mais recorrente.





