O cenário cultural e jornalístico da Paraíba se despede de uma de suas figuras mais emblemáticas. José de Anchieta Maia, jornalista e produtor cultural que completaria 74 anos em novembro, morreu na manhã desta terça-feira (4) em João Pessoa, onde estava hospitalizado. A causa do óbito não foi revelada pela família.
Anchieta Maia, nascido na capital paraibana em 1952, notabilizou-se como um verdadeiro articulador social, com uma trajetória que se confunde com a história da juventude e do colunismo social no estado. Seu projeto de maior alcance, o “Moçada Que Agita”, nasceu na década de 1980 inicialmente como um jornal focado na efervescência de escolas e universidades, capturando o cotidiano e as atividades dos adolescentes e jovens. O periódico evoluiu ao longo do tempo, transformando-se em revista, portal digital e presença nas redes sociais, refletindo o pioneirismo de Anchieta em acompanhar as transformações midiáticas.
Além da comunicação, Anchieta Maia foi um incentivador incansável das artes locais. Também nos anos 80, idealizou o projeto “Canta Moçada!”, que se tornou um canal de fomento para talentos paraibanos nas áreas de música, teatro e dança, frequentemente em parceria com a rede de ensino.
Seu trabalho como produtor cultural extrapolou as fronteiras estaduais, sendo responsável por trazer para a Paraíba shows de artistas de renome nacional como Agnaldo Timóteo, Almir Fevers e Tribo de Jah, enriquecendo o circuito de eventos locais.
O legado de Anchieta Maia vai além da imprensa; é a marca de um agitador cultural que abriu espaço e deu voz a uma geração. Reconhecido por seu carisma e dedicação, sua atuação na imprensa incluiu passagens por veículos tradicionais como os jornais O Norte e Correio da Paraíba.
O velório do jornalista e produtor cultural ocorre no cemitério Morada da Paz, em João Pessoa, ainda nesta terça-feira (4), reunindo familiares e amigos que testemunharam sua profunda contribuição para a vida cultural da Paraíba.
