O Brasil dourado em Wuxi: taekwondo ingressa na história

​De volta por cima, fluminense Henrique Marques conquista ouro inédito e sela edição memorável para a Seleção.

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​O Campeonato Mundial de Taekwondo em Wuxi, na China, não é apenas mais uma competição no calendário, mas um marco histórico para o esporte brasileiro. A glória veio com o taekwondo masculino, que pela primeira vez tem um representante no topo do pódio. Na segunda-feira (27), o fluminense Henrique Marques, da categoria até 80 quilos, encerrou sua campanha vitoriosa com a medalha de ouro, tornando-se o terceiro atleta brasileiro a alcançar tal feito e o segundo nesta mesma edição.

Henrique Marques – Medalha de ouro

​Aos 21 anos e quinto colocado no ranking, Marques demonstrou consistência notável ao longo do torneio. Na final, superou o atleta local Qizhang Xiang. Sua caminhada até a decisão incluiu vitórias estratégicas sobre lutadores como Kelvin Calderón Martinez (Cuba), Faysal Sawadogo (Burkina Faso), CJ Nickolas (Estados Unidos) e Artem Mytarev, o russo que compete sob status neutro.

​O título em Wuxi é a culminação de um retorno triunfal. Após um período de profunda dificuldade, que incluiu uma cirurgia por arritmia cardíaca em 2023, que o fez cogitar abandonar o esporte, e o luto pelo falecimento de seu pai, Ari Fernandes, em 2024, Marques ressignificou a jornada. Originário de um projeto social no bairro pobre de Porto de Caixas, em Itaboraí (RJ), ele agora serve de inspiração, apesar da recente eliminação nas quartas de final na Olimpíada de Paris.

Maria Clara Pacheco – Medalha de ouro

​A conquista de Marques se junta ao ouro de Maria Clara Pacheco (até 57 kg), que na última sexta-feira (24) igualou o feito da pioneira Natália Falavigna, a primeira campeã mundial do Brasil em 2005. O taekwondo feminino brasileiro já havia garantido o segundo título feminino.

​No mesmo dia em que Marques subiu ao pódio, o Brasil teve a participação de Júlia Nazário (até 46 kg) e Raiany Fidelis (acima de 73 kg). Ambas superaram seus primeiros desafios — Júlia contra a uzbeque Madina Shoniyozova, e Raiany contra a catari Noor Nazar Mohammed —, mas foram vencidas na segunda rodada por Dzejla Makas (Bósnia e Herzegovina) e Tania Etcheverria (Espanha), respectivamente.

Milena Titoneli – Medalha de prata

​A terça-feira (28) manteve o ritmo de busca por medalhas. O catarinense João Victor Souza Diniz (até 68 kg) e a paulista Milena Titoneli (até 67 kg) entraram no tatame chinês. Milena, já dona de um bronze conquistado na edição de 2019 em Manchester (Inglaterra), garantiu a prata para o Brasil, confirmando a excelente performance da delegação em Wuxi.

​Os resultados recentes em Wuxi posicionam o Brasil de forma inédita entre as principais nações do taekwondo.

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