A convergência entre alta literatura e música de raiz definiu a noite de sexta-feira (24) na Orla II, durante a terceira jornada do Festival Juá Literária, em Juazeiro (BA). O evento, que já se consolida como um dos maiores do calendário cultural baiano, alcançou seu ponto alto com a aclamada cantora Mariana Aydar, vencedora do Grammy Latino de 2024.

Subindo ao palco principal, Aydar, cuja voz carrega a intensidade do forró contemporâneo, hipnotizou o público. Recentemente, a artista paulistana e o sanfoneiro sergipano Mestrinho conquistaram o prêmio na categoria Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa, com o trabalho autoral “Mariana e Mestrinho”. Sua performance na “terra de João Gilberto”, o patrono da Bossa Nova, ressaltou o diálogo constante entre o Nordeste e a música popular brasileira.

Em um momento de forte conexão com o público, Mariana Aydar expressou seu afeto pela região. Ela descreveu Juazeiro como um lugar de “energia especial e uma força musical” que serve de fonte de inspiração para qualquer criação artística. A cantora, que já esteve na cidade neste ano, confirmou que estenderia sua permanência por três dias, sinalizando seu apreço pelo município ribeirinho.

O show principal foi antecedido pela vibrante sonoridade do Quinteto Sanfônico do Brasil, que preparou o palco com um repertório que celebrou as raízes nordestinas. A fusão entre o regionalismo musical e o universo literário reflete o propósito do Festival Juá Literária, que tem mostrado um impacto econômico surpreendente: em suas primeiras noites, a feira de livros superou a marca de R$ 1 milhão em vendas.

A edição de 2025 da Juá Literária foi palco de um evento de forte impacto cultural intitulado “Encruzilhada”, reunindo os talentos de Camila Yasmine, DJ Werson e Carina Oliveira.

O encontro resultou em uma performance que misturou linguagens, onde som e palavra se entrelaçaram. O palco se transformou em um espaço de liberdade, com a poesia cruzando ritmos (beats) e emoção, criando uma atmosfera vibrante.
O espetáculo do trio foi uma celebração enérgica da arte que emana da rua e da cena. Usando rimas, batidas e a força do corpo inteiro, o grupo convidou o público a uma experiência completa, incitando o sentir, o pensar e o dançar. A energia gerada pela “Encruzilhada” fez a cidade de Juazeiro pulsar.

A relevância do festival também foi sublinhada pela presença do prefeito Andrei Gonçalves, que acompanhou as atividades de perto. O gestor municipal destacou o êxito da organização e enfatizou o significado do evento para a vida cultural da cidade, projetando Juazeiro não apenas no mapa da leitura, mas como um centro efervescente de intercâmbio artístico nacional.

A combinação de artistas de peso, a celebração do legado de João Gilberto e os números expressivos no mercado editorial atestam a estratégia disruptiva do festival em valorizar a cultura como vetor de desenvolvimento.
O encerramento da 1ª edição do Festival Juá Literária será neste sábado (25), com os shows de Arnaldo Antunes, Mayana Neiva, João Sereno, Acauãs Alisson Menezes e Afoxé Filhos de Zaze.
Com assessoria






