A redoma de vidro que sustentava a imagem pública de Gabriel Cortez estilhaçou-se definitivamente na tarde desta quarta-feira (17). O advogado e coach, que acumulava uma audiência de mais de 200 mil seguidores sob a promessa de “alta performance”, foi encontrado morto em sua cela no Presídio Especial Valentina de Figueiredo, na capital paraibana.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-PB), por meio do secretário João Alves, confirmou o óbito, indicando que o detento estava sozinho no momento do ocorrido. Embora a linha investigativa preliminar aponte para o suicídio, a Polícia Civil da Paraíba instaurou um inquérito rigoroso para periciar a cena e descartar outras hipóteses. Paralelamente, um procedimento administrativo interno deve avaliar se houve falhas na vigilância da unidade.
A trajetória de Cortez foi marcada por um contraste agudo entre o sucesso digital e o histórico policial. Se nas redes sociais ele vendia o domínio da mente e do comportamento, os registros judiciais narravam uma realidade distinta:
• A Prisão em 2021: O influenciador havia sido detido em flagrante após um episódio de violência doméstica contra sua então companheira, iniciado em um estabelecimento comercial e culminado na residência do casal.
• O Estigma do Especial: Sua custódia no Valentina de Figueiredo, unidade destinada a presos com prerrogativas ou curso superior, sublinha a queda de um profissional que, até pouco tempo, ocupava espaços de privilégio no cenário jurídico e empresarial.
A morte de Gabriel Cortez encerra um capítulo jurídico conturbado, mas abre um debate necessário sobre a saúde mental no sistema carcerário e a fragilidade das narrativas de perfeição construídas nas plataformas digitais. O silêncio que agora domina sua cela é o oposto exato do barulho que suas palestras e vídeos costumavam gerar, deixando para trás um rastro de perguntas que as perícias técnicas tentarão responder nos próximos dias.





