O cenário político em Brasília ganha um novo contorno na próxima terça-feira (23). No Palácio do Planalto, Gustavo Feliciano toma posse como o novo titular do Ministério do Turismo, em cerimônia que contará com o aval direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A movimentação não é apenas uma troca de cadeiras administrativa; é o desfecho de um imbróglio partidário que redefine a cota do União Brasil na Esplanada dos Ministérios.
A chegada de Feliciano ocorre no rastro da expulsão de Celso Sabino do União Brasil. O antigo ocupante da pasta caiu em desgraça com a cúpula da legenda após ignorar o ultimato de Antonio Rueda, presidente do partido, que exigia o desembarque imediato dos filiados de cargos governamentais. Ao manter-se fiel ao Planalto em detrimento da diretriz partidária, Sabino perdeu a legenda e, consequentemente, o sustentáculo político para permanecer no cargo.
Diferente da ostentação comum a figuras públicas em ascensão, Gustavo Feliciano cultiva uma presença digital minimalista. Com um perfil contido no Instagram, focado em registros familiares e memórias de sua gestão como secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba (iniciada em 2018), ele projeta a imagem de um técnico que prefere os bastidores ao palanque virtual.
Sua genealogia, no entanto, revela raízes profundas no poder:
• Damião Feliciano: Seu pai, deputado federal e cardiologista, é uma voz central na Câmara como coordenador-geral da Bancada Negra. Recentemente, foi peça-chave na aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, alinhando-se à pauta social do governo.
• Lígia Feliciano: Sua mãe, também médica e ex-vice-governadora da Paraíba, atualmente ocupa a diretoria de aquisição de alimentos no Ministério do Desenvolvimento Social.
Ao assumir o Turismo, Feliciano herda a missão de transformar o potencial geográfico brasileiro em ativos econômicos reais, em um momento onde o governo busca fortalecer a imagem internacional do país. Sua experiência prévia no governo de João Azevêdo (PSB) será o termômetro para medir sua capacidade de dialogar com o setor privado e governadores, equilibrando as demandas de uma pasta estratégica com a pressão por resultados de uma bancada que exige espaço e voz ativa em Brasília.





