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Desperdício de órgãos para transplante atinge níveis alarmantes no Brasil

Pesquisa revela que 63% dos órgãos oferecidos não foram aproveitados

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Foto: Envato

Uma pesquisa conduzida por técnicos do Ministério da Saúde, em parceria com pesquisadores da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS), do Distrito Federal, acendeu um alerta sobre o alarmante desperdício de órgãos destinados a transplantes no Brasil. Segundo o levantamento, realizado entre os anos de 2014 e 2021, 63% dos órgãos oferecidos não foram aproveitados.

Os números são impactantes: dos 22.824 órgãos sólidos, como coração, fígado e rim, colocados à disposição para doação, 14.341 foram recusados pelas equipes responsáveis pelos procedimentos. Essa realidade preocupa especialistas, uma vez que a falta de órgãos disponíveis para transplantes é uma questão urgente no país.

O estudo revelou que cerca de 59% das recusas foram justificadas pelas condições clínicas dos doadores, como comorbidades ou infecções. Embora seja importante respeitar os critérios de segurança para garantir a saúde dos receptores, é crucial avaliar se essas rejeições estão ocorrendo de forma adequada e se todos os esforços possíveis estão sendo feitos para otimizar a utilização dos órgãos doados.

A pesquisa ressalta a necessidade de aprimorar a capacitação das equipes médicas envolvidas nos transplantes, proporcionando-lhes treinamento constante e atualizado para lidar com casos mais desafiadores. Além disso, a conscientização pública sobre a importância da doação de órgãos precisa ser intensificada, a fim de ampliar a oferta de doadores e reduzir a escassez de órgãos.

Para combater esse desperdício de órgãos, algumas iniciativas têm sido propostas. Uma delas é a implementação de um sistema mais eficiente de compartilhamento de órgãos entre as diferentes regiões do país, a fim de facilitar o acesso dos pacientes que aguardam na fila de espera. Além disso, é essencial investir em tecnologias avançadas, como a telemedicina, que podem auxiliar no diagnóstico e na triagem dos doadores, agilizando o processo de transplante.

Diante desses dados, o Ministério da Saúde já manifestou seu compromisso em realizar ações para reverter esse cenário. O aprimoramento dos protocolos de triagem, a capacitação contínua das equipes médicas e o estímulo à conscientização sobre a doação de órgãos são algumas das medidas que serão adotadas para minimizar o desperdício e aumentar a eficiência do sistema de transplantes no país.

Hermano Araruna  

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