A estatal dos Correios aprovou um plano de reestruturação ambicioso para garantir sua sobrevivência nos próximos 12 meses, em meio a uma crise financeira severa. A peça central da estratégia é uma operação de crédito de até R$ 20 bilhões, a ser captada até o fim de novembro junto a bancos públicos e privados, com garantia do Tesouro Naciona, recurso considerado indispensável para a transição rumo ao equilíbrio.
Segundo a comunicação oficial da empresa, a injeção de recursos será usada para financiar três grandes frentes: redução de custos, diversificação de receitas e modernização operacional. Nos próximos meses, os Correios executarão um programa de demissão voluntária (PDV), reestruturarão os planos de saúde dos empregados que permanecerem, renegociarão contratos com fornecedores e venderão imóveis ociosos, com potencial de levantar cerca de R$ 1,5 bilhão.
Além disso, a estatal pretende fechar até 1 000 unidades deficitárias de sua rede de atendimento para tornar a operação mais enxuta e eficiente.
Fontes ouvidas pela imprensa dizem que a estimativa é de desligamento de 10 mil funcionários por meio do PDV, embora a empresa ainda não confirme esse número oficialmente.
A reestruturação será acompanhada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que avalia o plano como prioritário dado o risco financeiro da estatal. Segundo os Correios, o objetivo é ver o déficit cair já em 2026 e obter lucro a partir de 2027.
No anúncio oficial, a estatal reafirma seu compromisso com a universalização dos serviços postais, destacando que, apesar da crise, continua sendo essencial para garantir logística e comunicação em todas as regiões do país, inclusive nas mais remotas.
Essa movimentação representa uma guinada significativa na trajetória dos Correios, que vêm sofrendo com a queda das receitas tradicionais, aumento de custos operacionais e uma concorrência cada vez mais agressiva no mercado de e-commerce.





