Consumo de álcool volta a crescer entre adolescentes no Brasil

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Um levantamento conduzido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, reacendeu a preocupação com o consumo de álcool entre jovens. Depois de uma década em queda, os índices voltaram a subir. Em 2012, apenas 4,6% dos adolescentes apresentavam algum transtorno ligado ao uso da substância. Onze anos depois, a taxa aumentou para 5,7%, revelando uma retomada silenciosa de um problema de saúde pública que parecia controlado.

A pesquisa, que ouviu 16.608 pessoas a partir dos 14 anos em todas as regiões do país, também traz outro dado relevante: a cerveja é a bebida mais associada tanto ao consumo de risco quanto ao desenvolvimento de transtornos relacionados ao álcool. Por sua ampla aceitação cultural e presença em campanhas publicitárias, acaba sendo a escolha mais comum entre os jovens, tornando-se também a mais problemática.

Embora o levantamento indique uma queda de 5,2 pontos percentuais no consumo geral da população adulta, o comportamento dos adolescentes chama mais atenção. Especialistas alertam que o contato precoce com o álcool aumenta a vulnerabilidade a danos cognitivos, acidentes e até ao desenvolvimento de dependência em fases posteriores da vida. Outro ponto de destaque é a facilidade de acesso, já que a venda de bebidas para menores de idade, embora proibida por lei, ainda enfrenta falhas na fiscalização.

A tendência de alta entre jovens, após anos de redução, exige uma nova rodada de ações conjuntas entre governo, famílias e sociedade civil. Regulamentar a publicidade de bebidas, reforçar a fiscalização e investir em programas de prevenção nas escolas são caminhos apontados por pesquisadores para evitar que a curva continue em ascensão. O dado de 2023 não é apenas um número: é um alerta de que o país pode perder avanços importantes na luta contra o consumo precoce de álcool.

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