Candidatura de Rui Costa ao Senado pode fortalecer oposição na Bahia em 2026

Se chapa puro sangue do PT se consolidar, senador Ângelo Coronel ganha fôlego na disputa, com apoio velado de adversários como ACM Neto e João Roma.

Compartilhe o Post

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A configuração eleitoral para o Senado Federal na Bahia em 2026 promete ser um jogo de grandes movimentações políticas, especialmente com a possibilidade de uma chapa puro sangue do PT, liderada pelo senador Jaques Wagner, em busca da reeleição, e com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ocupando a outra vaga. Se essa chapa se consolidar, um cenário interessante se desenha na oposição, especialmente para o senador Ângelo Coronel (PSD), que busca a reeleição.

No tabuleiro político baiano, a chapa petista poderia fortalecer a disputa ao Senado, mas, ao mesmo tempo, abriria espaço para que a oposição ganhasse mais protagonismo. Ângelo Coronel, que já possui o apoio do PSD, partido com uma expressiva base de 115 prefeitos no estado, veria sua candidatura ganhar fôlego. Contudo, o verdadeiro trunfo do senador poderia vir de um apoio velado da oposição, que seria liderada por ACM Neto (União Brasil). A aliança poderia se estender ainda ao ex-ministro João Roma (PL), que também cogita uma candidatura ao Senado.

O apoio implícito da oposição pode ser a chave para fortalecer o nome de Coronel na corrida, além de reforçar a estratégia do PSD, que, com sua ampla base de prefeitos, já é um dos maiores partidos da Bahia. Ao mesmo tempo, isso pode criar um impasse para a chapa do PT, uma vez que o apoio tácito de ACM Neto e João Roma poderia representar uma força política considerável contra a hegemonia petista no estado.

Se o PT optar pela chapa puro sangue com Jaques Wagner e Rui Costa, a dinâmica eleitoral ficará ainda mais acirrada. A expectativa é que o apoio do PSD e seus aliados ao nome de Ângelo Coronel seja, em grande parte, um reflexo da busca por mais representatividade na oposição, alinhando interesses de municípios e lideranças locais que tradicionalmente se opõem à máquina petista. Para o PSD, o fator determinante pode ser o peso político dos prefeitos e a necessidade de fortalecer a legenda em um contexto de rivalidade crescente com o PT.

Por outro lado, a movimentação da oposição liderada por ACM Neto pode configurar uma nova fase nas disputas políticas na Bahia. A candidatura de João Roma, se confirmada, pode agregar ainda mais forças à oposição, criando um cenário de intensa polarização no estado.

Para Jaques Wagner e Rui Costa, o desafio de manter a unidade petista será crucial, especialmente em um estado com uma forte concorrência interna e externa. Caso a chapa do PT se confirme, a disputa no Senado será uma das mais disputadas da história da Bahia. Se os opositores, liderados por Coronel, conseguirem alinhar os interesses locais e reforçar a coesão entre seus aliados, o quadro eleitoral de 2026 pode virar um jogo muito mais equilibrado.

A definição das candidaturas ao Senado na Bahia, que ainda está em fase de articulação, promete muitas reviravoltas e tensões políticas. O cenário, portanto, deve ser acompanhado de perto por observadores políticos, já que qualquer movimentação inesperada pode alterar a distribuição de forças em um dos estados mais importantes do Brasil.

Compartilhe o Post

Mais do Nordeste On.