Nesta quinta-feira (9), o ministro Luís Roberto Barroso anunciou sua aposentadoria antecipada do Supremo Tribunal Federal (STF), e em um discurso à imprensa esboçou os motivos que o levaram a dar esse passo. Segundo ele, deixar o cargo em um momento instável para o país não seria correto: ele avaliou que seria seu dever permanecer até a conclusão do julgamento do que chamou de “suposto golpe”.
Ele disse também estar incomodado com as especulações em torno de sua saída, que, em sua avaliação, cresceram além da realidade dos fatos. Barroso reitera que sempre teve a intenção de se aposentar após seu período como presidente do STF, mas que a crise institucional impunha que ele estivesse presente até encerramento de casos relevantes.
Barroso negou que seu futuro inclua cargos diplomáticos ou no exterior. “Não há nenhuma pretensão, não pedi ao presidente (o cargo)”, afirmou. Ele disse que pretende permanecer em Brasília, com deslocamentos pontuais ao Rio de Janeiro, cidade onde vive sua filha e ministra aulas em universidade local.
O anúncio foi feito durante sessão plenária do STF, momento de despedida marcado por emoção. Ele discursou sobre seu desapego ao poder e o desejo de dedicar à vida e ao trabalho intelectual mais reservado, livre das exigências permanentes do tribunal.
Barroso tem atualmente 67 anos, mas poderia permanecer no STF até atingir os 75 anos, idade prevista para aposentadoria compulsória. Com sua saída, abre-se a perspectiva de uma nova indicação presidencial para compor a Corte brasileira.

Ao comunicar sua aposentadoria, o ministro Luís Roberto Barroso se emocionou no plenário do STF, derramando algumas lágrimas enquanto agradecia aos colegas e servidores pelo tempo dedicado à Corte. Em palavras carregadas de sentimento, disse deixar o tribunal “com o coração pesado, mas a mente tranquila”, certo de que cumpriu “uma missão que definiu a minha trajetória”.





