Avanços na terapia contra câncer de cabeça e pescoço prometem ampliar opções para pacientes em estágios avançados

Tratamento inovador alia ação dupla contra o tumor e praticidade na aplicação, enquanto nova quimioterapia com nanopartículas amplia perspectivas para pacientes resistentes.

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Pesquisadores do Instituto para Pesquisa do Câncer de Londres apresentaram uma nova abordagem no tratamento do carcinoma espinocelular recorrente ou metastático de cabeça e pescoço, que mostra potencial para alterar o panorama terapêutico dessa doença com poucas alternativas eficazes. O destaque é o amivantamabe, uma injeção biespecífica desenvolvida pela Johnson & Johnson, capaz de bloquear duas proteínas essenciais ao crescimento tumoral ao mesmo tempo que ativa o sistema imunológico contra as células cancerígenas.

Em um estudo multicêntrico fase 1/2, com 55 centros em 11 países, 76% dos participantes obtiveram benefício clínico com o uso do amivantamabe sozinho ou combinado com outros medicamentos. O tratamento demonstrou ação rápida, com respostas observadas em cerca de seis semanas, e levou a uma sobrevida livre de progressão média de 6,8 meses. Assim, além da eficácia, um diferencial importante está na administração do medicamento: feita por injeção subcutânea, permite mais agilidade e conforto para os pacientes, uma inovação comparada aos tratamentos convencionais que exigem longas sessões hospitalares.

Um paciente que integra o estudo, Carl Walsh, relatou melhorias significativas na qualidade de vida após fracassos com quimioterapia e imunoterapia tradicionais. O alívio do inchaço e da dor possibilitou a ele retomar funções básicas, como falar e se alimentar, com maior autonomia.

Paralelamente, outra alternativa vem sendo explorada pela empresa Fulgent Genetics, que apresentou resultados promissores de um novo quimioterápico denominado FID-007, que utiliza nanopartículas para entregar o fármaco diretamente no tumor. Em uma fase 2, 51% dos 35 pacientes responderam ao tratamento, com sobrevida livre de progressão de 7,8 meses, mostrando um perfil de tolerabilidade favorável.

Esses avanços reforçam uma tendência crescente na oncologia: a convergência entre terapias direcionadas, imunomodulação e tecnologias inovadoras de drug delivery, ampliando as possibilidades para pacientes que têm enfrentado limitações em tratamentos convencionais.

Enquanto desafios permanecem, o horizonte no combate ao câncer de cabeça e pescoço ganha novas perspectivas de eficiência e qualidade de vida.

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