Atenção com a bebida: intoxicação por Metanol cresce no Brasil e coloca Saúde em alerta

Médicos alertam para risco crescente com consumo de bebidas alcoólicas, e Ministério da Saúde registra aumento alarmante de intoxicações.

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Foto: Divulgação Ascom Secretaria de Saúde SP

Com o aumento de casos de intoxicação por metanol, as autoridades de saúde estão pedindo cautela. Em uma nota divulgada nesta quarta-feira (1º), o Ministério da Saúde revelou que 43 ocorrências foram registradas, sendo 39 em São Paulo e 4 em Pernambuco. O alerta é claro: a ingestão de bebidas alcoólicas, principalmente as de origem clandestina, tem sido associada ao aumento desses casos, que podem levar a sérias complicações, incluindo a morte.

O metanol, um álcool encontrado em alguns tipos de bebidas alcoólicas produzidas ilegalmente, pode causar danos severos ao organismo, já que, ao ser metabolizado, se converte em formaldeído e ácido fórmico, substâncias altamente tóxicas. O envenenamento por metanol pode causar desde náuseas e vômitos até insuficiência renal e danos permanentes à visão, o que leva a cegueira irreversível em alguns casos.

Foto: Divulgação Ascom Secretaria de Saúde SP

De acordo com o especialista em toxicologia, Dr. Renato Mendes, da Sociedade Brasileira de Toxicologia, “a principal preocupação é com os produtos que não são fiscalizados. O álcool metílico é muitas vezes adicionado de forma ilegal para aumentar a quantidade de bebida, tornando-a mais barata, mas altamente perigosa”.

Além dos casos já confirmados em São Paulo, os números continuam a crescer. O estado foi responsável pela maior parte dos registros, com 39 casos notificados, sendo que 10 foram confirmados e outros 29 ainda estão sob investigação. Pernambuco, por sua vez, contabiliza 4 ocorrências em apuração. As autoridades locais têm intensificado as fiscalizações em pontos de venda não regulamentados, principalmente nas regiões periféricas, onde bebidas de baixo custo e risco são mais comuns.

A situação é ainda mais preocupante em áreas rurais e cidades do interior, onde o controle sobre a produção e venda de bebidas alcoólicas ilegais é escasso. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alerta que o consumo de álcool de origem duvidosa pode ser uma epidemia em potencial, com crescimento considerável se não forem tomadas ações urgentes de controle.

Foto: Divulgação Ascom Secretaria de Saúde SP

Nas últimas semanas, médicos e profissionais de saúde têm se mobilizado para alertar a população sobre os perigos do consumo indiscriminado de bebidas alcoólicas, especialmente em festas e comemorações informais, onde o álcool é consumido sem a devida vigilância. Além disso, diversas campanhas educativas têm sido veiculadas nas redes sociais, com o objetivo de informar sobre os sinais de intoxicação por metanol e como buscar ajuda médica rapidamente.

Em resposta ao aumento do número de casos, a Secretaria de Saúde de São Paulo anunciou uma parceria com o Ministério Público para intensificar a fiscalização em pontos de venda informais de bebidas alcoólicas, especialmente nas regiões de maior incidência dos casos.

Com o aumento das intoxicações por metanol, a principal recomendação dos médicos é evitar o consumo de bebidas alcoólicas, principalmente as de origem não certificada. Em caso de ingestão suspeita, é essencial procurar atendimento médico imediato, uma vez que o tratamento precoce pode salvar vidas.

“Não há como prever quais bebidas podem estar contaminadas. O consumo responsável e a escolha por produtos de estabelecimentos regulamentados são as únicas formas de proteção”, alerta Dr. Mendes.

Neste cenário, é urgente que a população e as autoridades se unam para combater a produção e o comércio ilegal de bebidas, garantindo a saúde e a segurança da sociedade como um todo.

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