O mercado automotivo brasileiro em 2025 parece uma maratona de tartarugas: um crescimento anêmico de 1,3% que mal empurra o ponteiro do PIB. Mas, em um canto estratégico do grid, a Ford decidiu que não quer mais participar da gincana por cada centímetro de share com carros “de entrada”. A estratégia de “menos é mais”, ou melhor, “menos unidades, mais cifrões”, rendeu à marca um salto de 12,6% nas vendas até novembro, deixando a média do setor comendo poeira e componentes eletrônicos.


A grande estrela dessa metamorfose é a Ranger. Aos 30 anos, a picape atravessa a “crise da meia-idade” da melhor forma possível: batendo recordes.
Com 30 mil unidades emplacadas, ela cresce mais que o dobro do seu próprio nicho. Enquanto o segmento de picapes médias subiu 3,8%, a Ranger saltou 9%. É o equivalente automobilístico a um veterano de guerra que, em vez de se aposentar, resolve ganhar uma triatlo.

Se a Ranger é o músculo, o Territory é o charme renovado que assalta as planilhas de vendas. O facelift de julho não foi apenas cosmético; foi um choque de realidade no segmento das SUVs.

Com um crescimento de 55%, o modelo provou que o consumidor brasileiro, quando quer um upgrade, não olha para o retrovisor. São 7.700 emplacamentos que consolidam a Ford não mais como a fabricante do “carro do povo”, mas como a curadora de ícones e cavalos de carga de luxo.
Pelo visto, o cavalo do Mustang nunca esteve tão bem alimentado.





