A Nova Ordem de Dearborn: Ford troca o volume pelo valor (e dá certo)

​Enquanto a indústria automobilística brasileira patina no asfalto molhado, a marca do Mustang acelera no off-road dos lucros, provando que nem só de hatches populares vive o homem.

Compartilhe o Post

O mercado automotivo brasileiro em 2025 parece uma maratona de tartarugas: um crescimento anêmico de 1,3% que mal empurra o ponteiro do PIB. Mas, em um canto estratégico do grid, a Ford decidiu que não quer mais participar da gincana por cada centímetro de share com carros “de entrada”. A estratégia de “menos é mais”, ou melhor, “menos unidades, mais cifrões”, rendeu à marca um salto de 12,6% nas vendas até novembro, deixando a média do setor comendo poeira e componentes eletrônicos.

Ford Ranger 1983

 

 

​A grande estrela dessa metamorfose é a Ranger. Aos 30 anos, a picape atravessa a “crise da meia-idade” da melhor forma possível: batendo recordes.

Com 30 mil unidades emplacadas, ela cresce mais que o dobro do seu próprio nicho. Enquanto o segmento de picapes médias subiu 3,8%, a Ranger saltou 9%. É o equivalente automobilístico a um veterano de guerra que, em vez de se aposentar, resolve ganhar uma triatlo.

 

Se a Ranger é o músculo, o Territory é o charme renovado que assalta as planilhas de vendas. O facelift de julho não foi apenas cosmético; foi um choque de realidade no segmento das SUVs.

 

Com um crescimento de 55%, o modelo provou que o consumidor brasileiro, quando quer um upgrade, não olha para o retrovisor. São 7.700 emplacamentos que consolidam a Ford não mais como a fabricante do “carro do povo”, mas como a curadora de ícones e cavalos de carga de luxo.

Pelo visto, o cavalo do Mustang nunca esteve tão bem alimentado.

Compartilhe o Post

Mais do Nordeste On.