A geografia dos sobrenomes no Brasil: Silva, Santos e a radiografia da identidade nacional

​IBGE revela ranking dos sobrenomes mais comuns, traçando um mapa inédito das raízes brasileiras a partir do Censo 2022.

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​O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou luz sobre uma faceta inédita da demografia nacional. Pela primeira vez, o órgão divulgou um extenso levantamento sobre os sobrenomes mais frequentes no Brasil, utilizando dados consolidados do Censo 2022. A análise, que permite consultar uma lista com mais de quatro mil registros, oferece uma radiografia fascinante sobre a formação social e a herança histórica do país.

​O domínio é inquestionável: Silva encabeça a lista com impressionantes 34.030.104 de ocorrências. A proeminência reflete a profunda influência do período colonial português e a tradição de batismo adotada no Brasil, estabelecendo o “Silva” não apenas como um sobrenome, mas quase um marcador genérico da identidade brasileira.

​Na sequência, a lista dos dez mais populares segue com nomes igualmente emblemáticos:

Silva: 34.030.104

Santos: 21.367.475

Oliveira: 11.708.947

Souza: 9.197.158

Pereira: 6.888.212

Ferreira: 6.226.228

Lima: 6.094.630

Alves: 5.756.825

Rodrigues: 5.428.540

Costa: 4.861.083

Sousa: 4.797.390

Gomes: 4.046.634

Nascimento: 3.609.232

Araujo: 3.460.940

Ribeiro: 3.127.425

Almeida: 3.069.183

Jesus: 2.859.490

Barbosa: 2.738.119

Soares: 2.615.284

Carvalho: 2.599.978

Martins: 2.576.764

Lopes: 2.337.914

Vieira: 2.102.389

Rocha: 2.044.495

Dias: 2.035.387

Goncalves: 2.028.298

Fernandes: 1.835.974

Santana: 1.815.982

Andrade: 1.707.452

Batista: 1.703.130

​O estudo ultrapassa a mera contagem e sugere conexões com a história de migrações e o processo de miscigenação no território nacional. Sobrenomes como Souza, Pereira e Ferreira pontuam o legado dos exploradores e colonos, enquanto variações regionais ou a inclusão de nomes ligados a datas e lugares sagrados, como Nascimento (3.609.232), Jesus (2.859.490) e Santana (1.815.982), adicionam camadas ao panorama.

​Além de mapear as linhagens familiares, a pesquisa do Censo 2022 também confirmou a persistência de nomes próprios tradicionais. No campo dos prenomes, a duplicidade de gêneros aponta para Maria, como o nome mais comum entre as mulheres, e José, predominante entre os homens, evidenciando uma continuidade cultural e religiosa que perdura por gerações.

​Para os interessados em descobrir a popularidade e a distribuição de seus próprios sobrenomes, o IBGE disponibilizou a base completa de dados em seu site oficial, oferecendo uma oportunidade de mergulho na história pessoal e coletiva.

 

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