A sede da Manga encontra o prumo: novo poço artesiano altera dinâmica de escassez no Salitre, BA

​Articulação entre Defesa Civil e esfera federal rompe ciclo histórico de desabastecimento em Juazeiro com perfuração de alta vazão.

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No semiárido baiano, a água não é apenas um recurso; é a métrica que define a viabilidade da vida e da produção. Na última quinta-feira (11), a comunidade da Manga, situada no emblemático Vale do Salitre, em Juazeiro da Bahia, assistiu a uma mudança de curso em sua cronologia de estiagem. A perfuração de um poço artesiano, tecnicamente bem-sucedida pela expressiva vazão encontrada, surge como um ponto de inflexão para famílias que, até então, orbitavam a dependência de carros-pipa e soluções paliativas.

A intervenção não foi fruto do acaso geológico, mas de um desenho institucional que conectou a Defesa Civil de Juazeiro ao gabinete do deputado federal Capitão Alden. Essa costura política e técnica viabilizou a chegada do maquinário e a execução da obra em uma das zonas mais sensíveis ao estresse hídrico do município.

Diferente de medidas emergenciais de curto prazo, a estabilização de um poço com volume hídrico relevante permite que a comunidade planeje o cotidiano além da sobrevivência imediata. O impacto se ramifica em três pilares fundamentais:

​• Autonomia Doméstica: Redução drástica da insegurança hídrica para o consumo humano e higiene.

• ​Subsistência Rural: Suporte direto à pequena pecuária e às hortas comunitárias, vitais para a economia do Salitre.

​• Eficiência Pública: Menor pressão sobre a logística de abastecimento emergencial da prefeitura, permitindo o remanejamento de recursos para outras áreas críticas.

Para Ítalo Ferreira, à frente da Defesa Civil local, a excelente vazão detectada é o dado técnico que valida o esforço de articulação. Segundo o coordenador, a iniciativa ataca uma vulnerabilidade histórica, oferecendo dignidade a quem convive com o solo seco.

Embora o abastecimento seja classificado como provisório dentro de um plano macro de saneamento, a realidade prática para os moradores da Manga é de alívio imediato. Em uma região onde o acesso à água dita o ritmo do desenvolvimento, o novo poço artesiano configura-se como um ativo estratégico para a fixação do homem no campo e a melhoria dos índices de saúde pública local.

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