Um incêndio de proporções catastróficas atingiu o complexo habitacional Wang Fuk Court em Tai Po, no norte de Hong Kong, nesta quarta-feira, culminando na morte de pelo menos quatro pessoas e deixando várias vítimas gravemente feridas. O fogo, que começou no meio da tarde, escalou rapidamente por diversas torres do condomínio, que conta com oito blocos de 31 andares e abriga cerca de 2.000 unidades residenciais.

A tragédia gerou uma operação de resgate em larga escala, com dezenas de carros de bombeiros e ambulâncias mobilizados na rodovia Tai Po, uma das principais vias da cidade, que precisou ser totalmente fechada, causando desvios no trânsito.
Testemunhas e equipes de emergência relataram que uma densa fumaça cinzenta envolvia o complexo, onde muitas pessoas ficaram presas em meio às chamas e aos escombros. Além das vítimas fatais, que incluem um bombeiro em serviço segundo algumas fontes, e as duas pessoas em estado crítico devido a queimaduras severas, outros membros do Corpo de Bombeiros também se feriram na tentativa de controlar a devastação.

O incidente lança luz novamente sobre uma prática construtiva singular de Hong Kong: a utilização generalizada de andaimes de bambu. Em um dos poucos lugares do mundo onde esse material ainda domina a montagem de estruturas externas para obras, o complexo Wang Fuk Court tinha andaimes de bambu cobrindo algumas de suas torres.

A madeira exposta e a leveza do bambu, embora vantajosas para a rápida montagem e baixo custo, transformaram-se em um catalisador para a propagação das chamas, acelerando a crise e elevando o risco de inalação de fumaça, conforme apontam especialistas. A rapidez com que o fogo se alastrou pela fachada dos edifícios intensifica o debate sobre a segurança desse método em áreas de alta densidade populacional, especialmente durante obras de renovação.
O Wang Fuk Court, construído sob um programa governamental de subsídios habitacionais e ocupado desde 1983, é um símbolo da vida suburbana nos Novos Territórios de Hong Kong, e o incêndio não é apenas um desastre imobiliário, mas um golpe na segurança e na rotina de milhares de moradores.





