Tensão política: PF encontra filho de Lula em operação contra fraudes no MEC

​Ex-nora do presidente é alvo principal em investigações sobre tráfico de influência e desvios de recursos federais

Compartilhe o Post

​A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira, 12 de novembro de 2025, em endereços ligados a um esquema de corrupção no Ministério da Educação (MEC), atualmente sob a gestão do ministro Camilo Santana (PT). O principal foco da operação é Carla Ariane Trindade, ex-nora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, suspeita de usar suas conexões políticas para intermediar a liberação de recursos públicos em favor de um empresário investigado por fraudes em licitações e superfaturamento de kits de robótica e materiais escolares.

Em um dos endereços visados, em São Paulo, os agentes federais se depararam com Marcos Cláudio Lula da Silva, filho do presidente e ex-marido da investigada. O encontro foi registrado no auto circunstanciado da diligência, com a PF destacando que a ação ocorreu de maneira tranquila. A presença de um familiar direto do presidente em um local de busca, embora ele não seja alvo da investigação, adiciona um elemento de alta tensão ao cenário político atual.

As investigações apontam que Carla Ariane Trindade teria atuado como facilitadora para a empresa Life Tecnologia Educacional, cujo proprietário, André Gonçalves Mariano, também foi alvo da operação e teve prisão preventiva decretada. Segundo a PF, há indícios de que a ex-nora do presidente agia para garantir vantagens indevidas em contratações milionárias, por meio de propinas que chegavam a ser codificadas como “café” na agenda do empresário. O esquema envolveria superfaturamento de até 3.500% em alguns itens e o desvio de verbas, incluindo recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que teriam sido usados na compra de bens de luxo e conversão em criptomoedas.

A operação, que também mirou Kalil Bittar, empresário e ex-sócio de Fábio Luís Lula da Silva (“Lulinha”), cumpre 50 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva em três estados. A Controladoria-Geral da União (CGU) atua em conjunto com a PF e confirmou que as apurações indicam crimes contra a administração pública, como fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, além de tráfico de influência.

O Ministério da Educação, por sua vez, declarou não ter nenhuma relação com a operação, enquanto a defesa de Carla Ariane Trindade solicitou acesso integral aos autos para posterior manifestação.

Compartilhe o Post

Mais do Nordeste On.