Rede criminosa mirava o Fundo de Garantia de astros do futebol

​Fraude de R$ 7 milhões em saques do FGTS expõe vulnerabilidade de atletas e técnicos renomados

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​A Polícia Federal (PF) lançou, na manhã desta quinta-feira, a terceira fase da Operação Fake Agents, intensificando o cerco a um sofisticado esquema de desvio de verbas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) no Rio de Janeiro. A fraude, que vinha atuando desde 2014, já teria resultado em um prejuízo estimado em R$ 7 milhões a um grupo de jogadores de futebol, ex-atletas e treinadores de projeção nacional e internacional.

​Entre as vítimas confirmadas estão nomes de peso como Paolo Guerrero, cujo caso inicial de desvio de R$ 2,2 milhões com documentos forjados deu o pontapé nas investigações, além de Gabriel Jesus, Ramires, Christian Cueva, Obina e João Rojas. A apuração da PF também trouxe à luz indícios de que o ex-técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari (Felipão), e Paulo Roberto Falcão teriam sido igualmente lesados pelo grupo criminoso.

​O núcleo do esquema, segundo a corporação, era comandado pela advogada Joana Costa Prado Oliveira, cuja atuação profissional foi recentemente suspensa pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A advogada utilizaria seus canais em agências da Caixa Econômica Federal (CEF) para facilitar a liberação indevida dos valores.

​Nesta etapa da operação, a PF cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em locais estratégicos no Rio de Janeiro: três em residências de bancários nos bairros da Tijuca, Ramos e Deodoro, e um em uma agência da Caixa no Centro da cidade, focando na identificação de funcionários cooptados para auxiliar na materialização da fraude.

​Mecânica da Fraude Milionária

​A quadrilha operava de forma meticulosamente planejada, explorando a movimentação financeira de atletas recém-desligados de seus clubes, que possuíam saldos consideráveis no FGTS.

​Identificação: Os criminosos, que incluiriam empresários, bancários e até ex-jogadores, identificavam os alvos com alto valor no fundo.

​Acesso Fraudulento: Utilizavam documentos e assinaturas falsificadas para dar entrada nas solicitações de saque junto à Caixa.

​Lavagem: Os valores eram inicialmente depositados em contas abertas com identidades forjadas em nome das vítimas e, em seguida, rapidamente transferidos para contas de “laranjas”, dificultando o rastreamento do dinheiro pelas autoridades financeiras.

​Os envolvidos na fraude deverão ser responsabilizados pelos crimes de falsificação de documento público, estelionato e associação criminosa, com a possibilidade de inclusão de outras tipificações penais conforme o avanço das diligências. A Força-Tarefa conjunta entre a Polícia Federal e a Caixa Econômica Federal segue trabalhando para desarticular completamente a organização e proteger o patrimônio dos atletas.

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