Tragédia em Soledade (PB): morte de criança na pilotagem clandestina de moto expõe crise de segurança viária

​A vulnerabilidade de menores no trânsito e o drama da infração fatal no interior paraibano.

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​Soledade, no interior da Paraíba, foi palco de uma tragédia que lança luz sobre a grave e recorrente questão da presença de crianças e adolescentes na condução de veículos. Um garoto de apenas 10 anos perdeu a vida no domingo (9) após colidir a motocicleta que pilotava com uma caminhonete em uma via da zona rural do município.

​A fatalidade ocorreu no momento em que a criança tentava ingressar em uma estrada principal. Segundo apurações, a falta de atenção ao tráfego no cruzamento resultou no impacto violento com o outro veículo. A morte foi imediata, no próprio local do acidente.

​O cenário é um doloroso lembrete das estatísticas preocupantes. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é inequívoco: a idade mínima para pilotar motocicletas e obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na Categoria A é 18 anos. Conduzir um veículo sem a devida permissão ou antes da idade legal é uma infração gravíssima, reforçando a ilegalidade da prática. Relatórios do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) de Soledade já haviam sinalizado a alta incidência de sinistros envolvendo motocicletas na região, com uma preocupante frequência na faixa etária de 14 a 17 anos, e com o envolvimento de crianças também aparecendo nos dados.

​O motorista da caminhonete envolvida sofreu ferimentos e foi socorrido para atendimento médico, deixando o local do impacto. Seu estado de saúde ainda não foi divulgado. A Polícia Civil já determinou que o condutor se apresente na delegacia para prestar os esclarecimentos necessários sobre a dinâmica da colisão.

​Este caso, infelizmente, espelha um desafio social e de segurança pública que persiste: a permissão ou negligência que leva menores de idade a assumirem o risco da direção de veículos automotores. A legislação penaliza não apenas o ato de dirigir sem habilitação, mas também o proprietário ou responsável que permite tal irregularidade. A investigação agora deverá detalhar as circunstâncias que levaram o garoto a estar pilotando a motocicleta, um veículo que, pelas regras de trânsito, ele estava legalmente proibido de conduzir.

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