Feminicídio em Patos (PB): a farsa de um crime premeditado

​Ex-marido da policial penal Edvânia Silva é preso por assassinato premeditado e tentativa de despiste com pichações falsas.

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O mistério em torno da morte da policial penal Edvânia Limeira da Silva, de 38 anos, em Patos (PB), foi desfeito pelas investigações da Polícia Civil. O caso, inicialmente tentado a ser mascarado como uma execução ligada ao crime organizado, teve seu real autor desmascarado: Leonardo, ex-marido da vítima, que foi detido em Caetés, no Agreste de Pernambuco. As evidências colhidas apontam para um crime cuidadosamente planejado por motivos passionais, e não para um acerto de contas de facção.

​O suspeito, numa manobra para desviar o foco da investigação, simulou a participação de terceiros na residência onde Edvânia foi encontrada morta, no bairro Jardim Magnólia. Ele utilizou pichações com referências a facções e o termo “X9” nas paredes da casa.

​No entanto, a perícia e os depoimentos analisados pelos delegados Diego Passos e Claudionor Lúcio foram cruciais para desarticular essa narrativa. A conclusão oficial é que o próprio Leonardo fez as inscrições, numa tática rudimentar para confundir a polícia e disfarçar o feminicídio como uma execução sumária. O crime organizado foi, portanto, totalmente descartado do cenário do assassinato.

​As diligências da Polícia Civil da Paraíba indicam que a morte da policial penal não foi um ato impulsivo. A premeditação do assassinato se manifesta em indícios como as recentes queixas de Edvânia a colegas sobre a impossibilidade de acessar as câmeras de segurança de sua própria casa, levantando a forte suspeita de manipulação do sistema por parte do agressor.

​A cena do crime revela a violência empregada: a vítima foi encontrada em sua residência vestindo o uniforme de trabalho, sinalizando que o ataque ocorreu logo após o término de seu plantão. A presença de indícios de luta corporal e violência física reforça o caráter intencional e brutal do crime cometido pelo ex-marido.

​Edvânia Silva, que dedicou 13 anos de sua vida ao Presídio Feminino de Patos, era uma profissional estimada e respeitada. A notícia de sua morte causou profunda consternação entre os servidores do sistema penal. Em nota oficial, a Associação Geral dos Policiais Penais da Paraíba (Agepen-PB) lamentou o ocorrido e prestou solidariedade à família.

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