O ‘Enigma do Motorista e a Roda Solta’: As contradições no acidente da torcida Rubro-Negra

​Falha mecânica precedente agrava o mistério da identidade do condutor em tombamento na Dutra

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​O grave acidente que vitimou 44 torcedores do Flamengo a caminho da Argentina, culminando no tombamento do ônibus na Rodovia Presidente Dutra, não se encerra nas imagens da tragédia. Nove dias após o ocorrido, um emaranhado de contradições sobre a identidade do motorista e a confirmação de problemas mecânicos anteriores à troca de veículo alimentam as investigações e a indignação dos sobreviventes.

Veja o vídeo:

​O inquérito da Polícia Rodoviária Federal (PRF), datado de 27 de outubro, aponta a ausência do condutor no local do tombamento, que ocorreu sob chuva e pista escorregadia. O ponto mais controverso, no entanto, reside na resposta da Polícia Civil. O órgão afirma que o motorista responsável pelo coletivo já prestou depoimento na 90ª DP (Barra Mansa), onde o caso é apurado.

​O Desaparecimento de “Neto” e a Apresentação de “Lucas”

​No entanto, o depoimento da Civil é veementemente contestado pelos torcedores feridos. Segundo relatos obtidos, o motorista que conduzia o ônibus no momento do acidente, identificado apenas como “Neto” pelos passageiros, teria desaparecido do local e permanecido sumido.

​”Quem estava dirigindo o nosso ônibus era o Neto. Lá na polícia eles levaram o Lucas, dizendo que o Lucas que estava dirigindo, mas não era o Lucas que estava dirigindo.”

O real paradeiro de “Neto” é um mistério: “Teve gente que disse que o viu passando correndo com sangue no rosto, mas até agora, ninguém achou ele,” desabafou uma das vítimas. O perfil do motorista nas redes sociais foi, inclusive, excluído, reforçando a sensação de evasão. O silêncio da Polícia Civil quanto à confirmação da identidade do motorista ouvido, se “Neto” ou “Lucas”, intensifica as dúvidas sobre a lisura do processo de apuração da empresa.

O Susto da Troca de Ônibus Revela Falha Crítica

​A precariedade do transporte, fornecido pela empresa “WF Libotti Transportes Eireli”, já havia se manifestado de forma crítica antes do tombamento. O grupo de 44 membros da torcida “Nação 12” iniciou a viagem nas imediações do Maracanã em um primeiro veículo que precisou ser substituído.

​Imagens confirmam a razão: uma roda do primeiro ônibus soltou-se ainda na região serrana do Rio, revelando a falta de parafusos e porcas no equipamento. Essa falha mecânica, grave e evidente, obrigou a troca do coletivo. Meia hora depois, o segundo veículo, capotaria na Via Dutra.

​O laudo da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) aponta a “WF Libotti” como responsável. Questionada sobre o ocorrido e a identidade do condutor, a empresa não se manifestou, tampouco seu suposto proprietário, identificado como “Luiz” pelos torcedores.

​Enquanto os feridos se recuperam, com vítimas ainda internadas, as inconsistências sobre quem realmente estava ao volante e o histórico de problemas mecânicos na viagem exigem respostas imediatas da Polícia Civil e da empresa de transportes. A busca pela verdade se torna tão urgente quanto a recuperação das vítimas.

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