Na tarde desta sexta-feira (24), parte da ponte de madeira que liga os municípios de Fernando Falcão e Mirador, na região Centro-Sul maranhense, desabou sobre o rio Alparcatas exatamente no instante em que um caminhão realizava a travessia. O veículo caiu na água e, por sorte, não deixou feridos.
Moradores locais contam que a estrutura já oferecia sinais de desgaste há meses e que múltiplos alertas teriam sido encaminhados às autoridades municipais e estaduais, sem que providências efetivas fossem adotadas. “Avisávamos que essa ponte podia cair a qualquer hora”, declarou um morador à imprensa.
O impacto vai além do susto: o colapso interrompeu o tráfego entre os dois municípios, afetando caminhoneiros, produtores rurais e estudantes que dependem da via de acesso para transporte, escoamento de cargas e mobilidade cotidiana.
Em nota, o secretário de Infraestrutura do Estado, Aparício Bandeira, afirmou que está mobilizando um engenheiro para ir ao local e iniciar os trabalhos de recuperação da ponte. A medida, contudo, ocorre após o colapso, o que intensifica os questionamentos sobre o atraso na intervenção.
Especialistas apontam que o episódio se insere num padrão mais amplo de fragilidade das ligações viárias em áreas remotas, onde a manutenção preventiva falha e o desgaste estrutural, ignorado, transforma-se em risco real. Neste caso, a ausência de resposta aos alertas da comunidade pode configurar negligência institucional.
Para os moradores da zona rural entre Fernando Falcão e Mirador, restam agora os prejuízos imediatos, espera por alternativas de acesso, afetando não apenas a rotina, mas também atividades econômicas locais e o desabafo contido: “Não foi tragédia porque não estava mais gente na ponte”, resumiu um dos usuários da via.
Enquanto a estrutura precária aguarda reparo, a queda desta ponte torna-se símbolo de uma periferia rodoviária que pede atenção antes que o próximo alerta se converta numa perda irreparável.





